Veja quais são os enredos do Grupo Especial do Rio de Janeiro no Carnaval 2025

Os temas vão desde assombrações e religião, até uma homenagem para Milton Nascimento

Da Redação

Veja quais são os enredos do Grupo Especial do Rio de Janeiro no Carnaval 2025
Desfile da Viradouro no Carnaval 2024
Alexandre Vidal/@riocarnaval

Para não perder nada do desfile das doze escolas que compõem o Grupo Especial do Carnaval do Rio de Janeiro, conheça os enredos das agremiações. Os temas vão desde assombrações e religião, até uma homenagem para Milton Nascimento.

Veja a lista completa conforme a ordem dos desfiles:

Desfile do domingo, 2 de março

Unidos de Padre Miguel

"Egbé Iya Nassô" - A Unidos de Padre Miguel vai levar para a Marquês de Sapucaí um enredo sobre a trajetória da africana Iyá Nassô e do Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho, conhecido como o mais antigo templo afro-brasileiro ainda em funcionamento. Vencedora da Série Ouro do Carnaval de 2024 no Rio de Janeiro, a agremiação volta a desfilar no Grupo Especial após 52 anos.

Imperatriz Leopoldinense

"Ómi Tútu ao Alafon - Água fresca para o senhor de Ifón": a escola vai contar a história da ida de Oxalá ao reino de Oyó com a intenção de visitar Xangô. A agremicação alcançou o segundo lugar em 2024, ficando atrás da Unidos do Viradouro.

Unidos do Viradouro

Campeão do Grupo Especial do Carnaval do Rio de Janeiro de 2024, a Unidos da Viradouro chega em 2025 com o samba-enredo “Malunguinho: O Mensageiro de Três Mundos”, um líder quilombola que virou entidade afro-indígena.

“É com a companhia poderosa dessa entidade afro-indígena, que se manifesta como Caboclo, Mestre e Exu/Trunqueiro, que a Viradouro dá início à caminhada rumo ao Carnaval 2025”, disse a escola nas redes sociais. 

Estação Primeira de Mangueira

O enredo da Estação Primeira de Mangueira para o Carnaval de 2025 é “À Flor da Terra – No Rio da Negritude Entre Dores e Paixões”. A ideia, segundo a escola, é levar para a Sapucaí uma "narrativa baseada na historicidade preta de forte cunho social, conectando passado e presente pelas vivências cotidianas".

Desfile de segunda-feira, 3 de março

Unidos da Tijuca

A cantora Anitta vai fazer sua estreia como compositora de samba-enredo no carnaval de 2025 no Rio de Janeiro. "Logun-Edé: Santo Menino que velho respeita", enredo que a famosa escreveu com Estevão Ciavatta, Feyjão, Miguel PG, Fred Camacho e Diego Nicolau, fala sobre o orixá Longun-Edé, filho de Oxóssi e Oxum. 

Beija-Flor de Nilópolis

A Beija-Flor homenageará Laíla, um de seus maiores baluartes, Luiz Fernando Ribeiro do Carmo. Morto de Covid em junho de 2021, o carnavalesco e diretor de carnaval esteve presente em 13 dos 14 títulos da escola, incluindo o mais recente, em 2018.

“Laíla de todos os santos, Laíla de todos os Sambas” partirá da religiosidade e da fé em Xangô, passeará por sua atuação no Carnaval dentro e fora da Beija-Flor e terminará em um reencontro com Joãosinho Trinta no plano espiritual.

Acadêmicos do Salgueiro

A agremiação explora a relação humana e a busca por proteção espiritual com o samba-enredo “Salgueiro de Corpo Fechado”, sob assinatura do carnavalesco Jorge Silveira e do enredista Igor Ricardo.

“‘De corpo fechado’: preparo o tacho de óleo de oliva, arruda, guiné, alecrim, carqueja, alho e cravo. Com o sinal da cruz na fronte, no peito, nas mãos e nos pés, levo para a Avenida a história e a cultura do fechamento do corpo. Na maior encruzilhada do mundo, a Marquês de Sapucaí, vamos exaltar simbologias sagradas e únicas”, disse a escola em publicação nas redes sociais. 

Unidos de Vila Isabel

“Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece”, é o enredo que Unidos de Vila Isabel irá levar para a Marquês de Sapucaí no Carnaval de 2025.  A ideia é falar sobre as assombrações que integram o imaginário popular, seja na infância ou na vida adulta.

“Tempo suspenso. Apavoro. Frio na espinha. Respiração presa. O medo do fantástico, daquilo que nos atormenta. O famoso “Eu vi” ou o familiar “me contaram…”. Fato é que ninguém nunca parou para conversar com uma… ou já?”, disse o perfil oficial da azul e branca.

Desfile de terça-feira, 4 de março 

Mocidade Independente de Padre Miguel

A Mocidade será guiada pelo tema “Voltando para o futuro, não há limites para sonhar”. A ideia da escola é “fazer uma viagem intergaláctica, onde ela se reconecta com seu brilho mais intenso, o de uma Estrela jovem, para questionar os próximos passos em um manifesto pelo futuro da humanidade."

Paraíso do Tuiuti

"Quem tem medo de Xica Manincongo?": A agremiação de São Cristóvão, na Zona Norte do Rio, vai levar para a Marquês de Sapucaí a história da considerada a primeira travesti do Brasil.

Xica foi trazida do Congo para ser escravizada em Salvador no século 16 e se recusava a vestir trajes ligados ao imaginário do guarda-roupa masculino da época. Documentada como homem homossexual, a africana teve sua história relida e foi classificada como travesti pela ativista negra Marjorie Marchi. Desde então, Manicongo foi abraçada pela comunidade de travestis e transexuais como símbolo de resistência.

Acadêmicos do Grande Rio

“Pororocas parawaras: as águas dos meus encantos nas contas dos curimbós”, é um samba-enredo que propõe um mergulho nas águas amazônicas e uma jornada mística que mistura palácios, pajelanças, incensos, igarapés, Encantarias e terreiros de Tambor de Mina.

A escola promete mergulhar no universo do Carimbó para contar a história de Mariana, Jarina e Herondina, as Belas Turcas; e a Cabocla Jurema, que, conforme escreveu a agremiação no anúncio, “personifica a própria floresta”.

Portela

“Cantar será buscar o caminho que vai dar no sol – Uma homenagem a Milton Nascimento”, de autoria de André Rodrigues e Antônio Gonzaga. O título reproduz verso da letra da canção Nos bailes da vida, de Milton Nascimento e Fernando Brant, 1981. Será a primeira vez que a Portela homenageará um personagem importante para a história do Brasil que ainda está vivo.

Tópicos relacionados