
Para não perder nada do desfile das doze escolas que compõem o Grupo Especial do Carnaval do Rio de Janeiro, conheça os enredos das agremiações. Os temas vão desde assombrações e religião, até uma homenagem para Milton Nascimento.
Veja a lista completa conforme a ordem dos desfiles:
Desfile do domingo, 2 de março
Unidos de Padre Miguel
"Egbé Iya Nassô" - A Unidos de Padre Miguel vai levar para a Marquês de Sapucaí um enredo sobre a trajetória da africana Iyá Nassô e do Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho, conhecido como o mais antigo templo afro-brasileiro ainda em funcionamento. Vencedora da Série Ouro do Carnaval de 2024 no Rio de Janeiro, a agremiação volta a desfilar no Grupo Especial após 52 anos.
Imperatriz Leopoldinense
"Ómi Tútu ao Alafon - Água fresca para o senhor de Ifón": a escola vai contar a história da ida de Oxalá ao reino de Oyó com a intenção de visitar Xangô. A agremicação alcançou o segundo lugar em 2024, ficando atrás da Unidos do Viradouro.
Unidos do Viradouro
Campeão do Grupo Especial do Carnaval do Rio de Janeiro de 2024, a Unidos da Viradouro chega em 2025 com o samba-enredo “Malunguinho: O Mensageiro de Três Mundos”, um líder quilombola que virou entidade afro-indígena.
“É com a companhia poderosa dessa entidade afro-indígena, que se manifesta como Caboclo, Mestre e Exu/Trunqueiro, que a Viradouro dá início à caminhada rumo ao Carnaval 2025”, disse a escola nas redes sociais.
Estação Primeira de Mangueira
O enredo da Estação Primeira de Mangueira para o Carnaval de 2025 é “À Flor da Terra – No Rio da Negritude Entre Dores e Paixões”. A ideia, segundo a escola, é levar para a Sapucaí uma "narrativa baseada na historicidade preta de forte cunho social, conectando passado e presente pelas vivências cotidianas".
Desfile de segunda-feira, 3 de março
Unidos da Tijuca
A cantora Anitta vai fazer sua estreia como compositora de samba-enredo no carnaval de 2025 no Rio de Janeiro. "Logun-Edé: Santo Menino que velho respeita", enredo que a famosa escreveu com Estevão Ciavatta, Feyjão, Miguel PG, Fred Camacho e Diego Nicolau, fala sobre o orixá Longun-Edé, filho de Oxóssi e Oxum.
Beija-Flor de Nilópolis
A Beija-Flor homenageará Laíla, um de seus maiores baluartes, Luiz Fernando Ribeiro do Carmo. Morto de Covid em junho de 2021, o carnavalesco e diretor de carnaval esteve presente em 13 dos 14 títulos da escola, incluindo o mais recente, em 2018.
“Laíla de todos os santos, Laíla de todos os Sambas” partirá da religiosidade e da fé em Xangô, passeará por sua atuação no Carnaval dentro e fora da Beija-Flor e terminará em um reencontro com Joãosinho Trinta no plano espiritual.
Acadêmicos do Salgueiro
A agremiação explora a relação humana e a busca por proteção espiritual com o samba-enredo “Salgueiro de Corpo Fechado”, sob assinatura do carnavalesco Jorge Silveira e do enredista Igor Ricardo.
“‘De corpo fechado’: preparo o tacho de óleo de oliva, arruda, guiné, alecrim, carqueja, alho e cravo. Com o sinal da cruz na fronte, no peito, nas mãos e nos pés, levo para a Avenida a história e a cultura do fechamento do corpo. Na maior encruzilhada do mundo, a Marquês de Sapucaí, vamos exaltar simbologias sagradas e únicas”, disse a escola em publicação nas redes sociais.
Unidos de Vila Isabel
“Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece”, é o enredo que Unidos de Vila Isabel irá levar para a Marquês de Sapucaí no Carnaval de 2025. A ideia é falar sobre as assombrações que integram o imaginário popular, seja na infância ou na vida adulta.
“Tempo suspenso. Apavoro. Frio na espinha. Respiração presa. O medo do fantástico, daquilo que nos atormenta. O famoso “Eu vi” ou o familiar “me contaram…”. Fato é que ninguém nunca parou para conversar com uma… ou já?”, disse o perfil oficial da azul e branca.
Desfile de terça-feira, 4 de março
Mocidade Independente de Padre Miguel
A Mocidade será guiada pelo tema “Voltando para o futuro, não há limites para sonhar”. A ideia da escola é “fazer uma viagem intergaláctica, onde ela se reconecta com seu brilho mais intenso, o de uma Estrela jovem, para questionar os próximos passos em um manifesto pelo futuro da humanidade."
Paraíso do Tuiuti
"Quem tem medo de Xica Manincongo?": A agremiação de São Cristóvão, na Zona Norte do Rio, vai levar para a Marquês de Sapucaí a história da considerada a primeira travesti do Brasil.
Xica foi trazida do Congo para ser escravizada em Salvador no século 16 e se recusava a vestir trajes ligados ao imaginário do guarda-roupa masculino da época. Documentada como homem homossexual, a africana teve sua história relida e foi classificada como travesti pela ativista negra Marjorie Marchi. Desde então, Manicongo foi abraçada pela comunidade de travestis e transexuais como símbolo de resistência.
Acadêmicos do Grande Rio
“Pororocas parawaras: as águas dos meus encantos nas contas dos curimbós”, é um samba-enredo que propõe um mergulho nas águas amazônicas e uma jornada mística que mistura palácios, pajelanças, incensos, igarapés, Encantarias e terreiros de Tambor de Mina.
A escola promete mergulhar no universo do Carimbó para contar a história de Mariana, Jarina e Herondina, as Belas Turcas; e a Cabocla Jurema, que, conforme escreveu a agremiação no anúncio, “personifica a própria floresta”.
Portela
“Cantar será buscar o caminho que vai dar no sol – Uma homenagem a Milton Nascimento”, de autoria de André Rodrigues e Antônio Gonzaga. O título reproduz verso da letra da canção Nos bailes da vida, de Milton Nascimento e Fernando Brant, 1981. Será a primeira vez que a Portela homenageará um personagem importante para a história do Brasil que ainda está vivo.