Juliana Finardi é jornalista e é mãe de pet. Já escreveu para o UOL e jornais impressos como Agora SP, Diário do Grande ABC e outros tantos entre reportagem e edição. Ainda acredita na humanidade, mas acha que pet é melhor que muita gente
Muito se fala sobre as queimadas em todo o país e o sofrimento dos animais silvestres, mas quase ninguém se lembra dos animais domésticos que também podem ser afetados não só pelas condições climáticas de seca (e baixa umidade), mas também pelos incêndios nas redondezas das residências.
“Além das queimadas, as condições climáticas atuais podem sim afetar os pets. Cães e gatos têm a necessidade de consumo de 30 ml a 50 ml de água por dia/por quilo e uma coisa importante é sempre deixar água limpa disponível”, diz a médica veterinária e anestesiologista Gabriela Lima.
Para os que vivem próximos às áreas de queimadas, a recomendação geral é que, nos casos em que os animais foram expostos à fumaça, a veterinária recomenda aos tutores: “Umedecer as extremidades, o focinho e lubrificar os olhos são boas opções de manejo no caso de inalação de fumaça.”
Quanto aos felinos, existe uma fragilidade maior com relação à dificuldade respiratória. Tem também a questão de que eles sinalizam os sintomas de forma mais discreta, o que desfavorece o socorro. “Quando a gente vai perceber que um felino está em situação difícil, ele já está em situação muito difícil. A pouca ingestão de água desses animais torna mais difícil a desintoxicação e a dificuldade de contenção é um terceiro ponto muito importante, já que um animal em angústia respiratória tende a ficar agressivo”, explica Gabriela.
Normalmente, de acordo com ela, os gatos são colocados em câmaras de contenção para receber oxigênio, que são como caixinhas de transporte onde os felinos são colocados para realizarem o tratamento.
A médica veterinária, que também é fundadora da Dr. Mep, uma plataforma de telemedicina veterinária (que pode ser acessada em casos de emergência climática), recomenda cuidados básicos para tutores e pets afetados pelos recentes focos de incêndio no Brasil. Leia, a seguir, o ‘guia’ de orientação para as famílias que possam sofrer com alterações climáticas drásticas.
Plano de emergência
- Tenha um plano de evacuação que inclua seus pets.
- Considere as particularidades de aves, exóticos e felinos, além de pets com deficiências.
Identificação
- Certifique-se de que seus pets tenham identificação adequada.
- Mantenha microchips e placas de identificação na coleira atualizados.
Kit de emergência
- Separe itens como guia, ração, água, comedouros, medicamentos, petisco, documentos (carteira de vacinação e dados do microchip), areia, serragem etc.
Controle a exposição à fumaça
- Se não precisar evacuar de sua casa, mantenha os pets em um espaço ventilado.
- Coloque toalhas úmidas nas frestas para bloquear a entrada de poluentes.
- Monitore o espaço que tiver equipamentos ligados.
Evite caminhadas ao ar livre
- Isso pode causar problemas respiratórios graves, especialmente em pets com condições de saúde pré-existentes.
Tem gatos?
- Mantenha-os em um local controlado para o caso de precisar sair de casa.
- Mantenha as caixas de transporte com fácil acesso.
Cuidados e supervisão
- Em situações atípicas, pets podem ficar desorientados e estressados. Fique de olho neles também.
- Percebeu alguma mudança no seu pet? Consulte um médico veterinário imediatamente.