Criador de "Ruptura" conta que problemas com empregos inspiraram série distópica

Elenco do seriado fala também sobre proximidade no set e paralelos com a vida real

Flávia Guerra e Guilherme Machado

Em “Ruptura”, série da Apple TV+, funcionários da empresa Lumon são submetidos a um programa distópico: uma máquina que separa as memórias de trabalho destes indivíduos das memórias de fora de lá. Desta forma, cada um dos trabalhadores desenvolve duas personalidades distintas e se veem em envolvidos em uma vasta teia de conspirações.

Após o grande sucesso da primeira temporada, o seriado foi renovado para uma segunda, que estreou em janeiro deste ano no serviço de streaming e ganha um episódio novo a cada sexta-feira. 

O criador de “Ruptura”, Dan Erickson, revela a Flávia Guerra, colunista da BandNews FM, que a história tem um caráter muito pessoal para ele. Isso porque, antes de ser roteirista, ele trabalhou em diversas funções que o deixaram frustrado.

Ele conta, por exemplo, que passou por diversos escritórios e que nunca conseguia manter um emprego por muito tempo.

“Esse foi um dos fatores que entraram na série: perceber as formas como eu tinha que mudar minha personalidade para encaixar nesses lugares diferentes. Eu não era muito bom em manter um emprego antes do atual”, destaca.

Tanto, que Erickson frisa que por muito tempo ele mesmo desejou passar pelo processo de “ruptura” e separar totalmente sua vida pessoal da vida do trabalho.

“Não estou mais em nenhum nível desejando passar pelo procedimento da ‘ruptura’. A ideia do seriado surgiu porque eu estava entrando no trabalho um dia e desejei que eu pudesse pular adiante. Eu estava grato na época por aquele emprego, mas não era o que eu queria fazer e agora eu consigo fazer exatamente o que eu queria fazer”, ressalta.

União no set

Um dos destaques do seriado é a união que se forma entre os funcionários da Lumon e como eles conseguem superara as adversidades que se apresentam.

Para os atores, isso é algo que vai além da ficção. Britt Lower, que interpreta Helly na série, relembra como a primeira temporada foi gravada durante a pandemia, o que ajudou toda a equipe a ficar ainda mais próxima.

"Filmamos a primeira temporada no meio da pandemia, então estávamos navegando protocolos de segurança e saúde no mundo real e no set. Nesse meio tempo, estávamos realizando esses rituais estranhos [na série], então havia alguns paralelos sobre a forma como estávamos aprendendo a ficar juntos. Quando tiramos as máscaras, conseguimos ver os rostos dos outros pela primeira vez”, relata ela.

“Éramos [uns aos outros] tudo o que tínhamos naquele set. Tivemos que nos apoiar e confiar uns nos outros. Isso também tem um paralelo com a história desses personagens. Eles não podem interagir com nenhum outro departamento", complementa Tramell Tillman, que vive Seth.

Adam Scott, que interpreta o protagonista Mark, é categórico: “Ruptura” é o grande trabalho de sua carreira.

“Fazia quase 30 anos que eu trabalhava profissionalmente como ator e eu senti que todo esse tempo foi para conquistar esse momento e essa oportunidade”, afirma ele. 

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