Com a evolução da tecnologia na criação de ferramentas que prometem facilitar a rotina da população, aumentou o número de golpes e crimes na internet. Um deles é o conhecido “Golpe do Tinder”, no qual criminosos atraem vítimas por meio de aplicativos de relacionamento, promovem um sequestro e limpam as contas das vítimas via Pix. No Faustão Na Band, o Dr. Artur Dian, que é Delegado-Geral de Polícia, participou do Direto Com o Doutor e alertou a população sobre a prática.
No programa, o delegado explicou que 75% dos casos de sequestro no Brasil começam por meio de aplicativos de namoro e destacou que é preciso ter alguns cuidados para evitar virar mais uma vítima desta estatística. “A gente não pode proibir que as pessoas, que são livres, utilizem aplicativos de encontros, mas temos que tomar algumas cautelas”, explicou.
Artur Dian contou que, na maioria dos casos, os perfis dos criminosos utilizam-se de fotos de pessoas desconhecidas e disponíveis na internet. Por isso, o primeiro passo é identificar se a pessoa com a qual você está conversando realmente é quem diz ser. “Quem quer usar o aplicativo de encontro, tem que estabelecer o contato, identificar a pessoa do outro lado, se possível fazer uma chamada de vídeo e fotografar [fazer um print] o rosto da pessoa”, disse. “Essa pessoa também pode ser verdadeira, mas estar contratada ou fazer parte de uma quadrilha, então o cuidado tem que ser constante”, completou.
Precisa ter muita cautela, saber com quem está encontrando, marcar em um lugar que você conheça, que seja público e evitar ir ao encontro de primeira. Desconfie sempre!
O especialista destacou também que a população pode e deve evitar se colocar em situação de vítima em alguns dos casos. Ele afirmou que o Estado é quem deve cuidar da segurança pública, mas a população tem a obrigação de ajudar a cuidar da própria integridade. “No momento em que estabelecer o contato e ir ao encontro, busque olhar nos aplicativos de mapas para ver o local onde está indo”, aconselhou.
Muita gente se coloca na situação de vítima. Nós temos casos em que as pessoas moram, por exemplo, na zona norte e vão encontrar gente na zona sul, em uma rua que nunca foi, com uma pessoa que nunca conversou pessoalmente. Isso é se colocar em uma situação de vítima.
De acordo com o delegado, o objetivo desse tipo de golpe é ter acesso à conta Pix das vítimas. Com ela, é possível transferir facilmente grandes quantidades de dinheiro de uma conta para outra sem muita burocracia. Para Dian, é aí que está o perigo. “O Pix facilitou muito a vida, mas também facilitou para as pessoas mal intencionadas”, disse.
Nesses casos, segundo ele, é importante usar a tecnologia a nosso favor. O delegado explicou que a ferramenta do Pix está passando por ajustes no Brasil e dados como a localização exata de onde foi feita a transação podem ajudar a evitar crimes maiores. “A gente vem trabalhando com os bancos para que tenhamos algumas ferramentas de localização no Pix. Quando uma pessoa fizer uma transação, a localização daquela pessoa é enviada para o banco e, em uma situação de necessidade, compartilhada com a polícia”, explicou o policial.
Para ele, a melhor maneira de evitar problemas é ter cuidado e tomar cautela com as situações em que nos colocamos, principalmente quando o assunto são os aplicativos de relacionamento.