Quando Whindersson Nunes deixou a casa da família em Bom Jesus (PI) para seguir o sonho de ser youtuber, quem mais sentiu sua falta foram os irmãos.
Durante um bom tempo, Whindersson se dividia entre Teresina e Bom Jesus. A irmã, Hagda Kerolayne, não conseguia lidar com as saudades.
“Quando ele começou a sair de casa, ele ia e voltava, e eu pedia para ir com ele. Senti muita falta, né? Ele era meu irmão, muito carinhoso”, contou ela ao Arquivo Pessoal, do programa Faustão na Band desta quarta-feira (19).
O irmão Harisson também se entristecia. Por muito tempo, os dois dormiram na mesma cama – e ele conta que Whindersson tinha episódios de sonambulismo. Os dois sempre tiveram um bom relacionamento, e Harisson sempre apoiou o irmão.
“Eu sou o maior fã dele. Não é pai, não é mãe, sou eu. Alguém que foi desacreditado até dentro de casa, e conquistou o Brasil todo”, conta.
Whindersson reconheceu que o apoio dos irmãos foi fundamental para que ele chegasse onde chegou, especialmente em um ramo tão concorrido. Atualmente, o canal do humorista no YouTube conta com 43,3 milhões de inscritos.
“Eu acho que devem ter vários como eu que não conseguem chegar lá porque o Brasil puxa para trás e não deixa. Mas ver meus irmãos falando de mim é muito bom, porque era sempre uma onda de correr atrás de dinheiro, de coisa, e agora ver todo mundo respirando, dando até uma pausa enquanto fala, é bom demais”, contou.
O primeiro vídeo de Whindersson a ganhar maior repercussão foi ao ar em 2012: Alô, vó, tô reprovado, uma paródia de Vó, tô estourado, sucesso na voz do cantor Israel Novaes. Foi quando se mudou para Teresina.
Na capital piauiense, sem ter onde ficar, Whindersson foi morar na casa do também youtuber Bob Nunes. Os dois se tornaram amigos e parceiros de vídeos.
“Eu fui para passar três dias na casa dele e acabei ficando oito meses. Não tinha realmente nada. Eu só sonhava e nada. Quando está chegando seu primeiro milhão, você já tem um fio. Nessa casa tinha umas 12 pessoas, e eu no meio. Às vezes eu não queria comer a carne porque eu achava que era uma pegadinha, que alguém ia aparecer para tirar. Várias vezes a gente fez refeição segurando um pouco para ter depois”, lembra Whindersson.
“A gente se distanciou durante um tempo, e voltou lembrando o que a gente era. Na época de se juntar em cinco amigos para dividir um refrigerante”, completou.
Mesmo com as dificuldades da época, Whindersson é lembrando com carinho pela família do amigo. É o que garante Judith Ribeiro, mãe de Bob Nunes.
“Você é meu filho do coração. Estou muito feliz que o Bob está trabalhando com você, mudou nossa vida”, declarou.
