Com a experiência de 54 anos de carreira e mais de 70 filmes, Zezé Motta lançou no último mês o longa 'Alemão 2', em que dá vida a uma matriarca em uma comunidade do Rio de Janeiro. Na Pizzaria do Faustão desta segunda-feira (25), a atriz falou sobre a mudança para artistas negros na escalação para papéis de protagonismo na TV, cinema e teatro.
Zezé Motta é uma das maiores atrizes brasileiras. Como mulher negra, ela enfrentou o racismo durante toda a sua carreira por falta de oportunidades para interpretar papéis mais relevantes em produções brasileiras.
Em conversa com o apresentador Fausto Silva, Zezé afirmou que vê com entusiasmo a atual realidade para os negros e negras: "Me davam sempre os mesmos personagens, os serviçais. Hoje você vê uma diversidade na distribuição dos papéis, negros em destaque, como protagonistas", disse.
Zezé Motta revelou também que só percebeu o racismo que existia no Brasil quando viajou pela primeira vez aos Estados Unidos, em 1969, e foi impactada pelo movimento 'Black is Beautiful'
"A diferença do Brasil é que é um racismo velado. O brasileiro não assume que existe um racismo estrutural, e fica todo mundo como se nada tivesse acontecendo. Cheguei lá e vi aqueles negros com a maior beca, o cabelão black power, e eu percebi que tínhamos que tomar essa atitude também", contou a atriz.
Em 'Alemão 2', Zezé Motta vive uma mulher negra da periferia, que sempre foi a responsável pelo cuidado da família e de toda a comunidade em que se passa o filme. O longa está em cartaz pelo Brasil.
