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Guerra Civil: Filme com Wagner Moura é paulada sobre perda de humanidade

Longa fala sobre o que acontece quando sociedade deixa que diferenças se tornem irremediáveis

Por Guilherme Machado

Guerra Civil, filme de Alex Garland que estreou nesta quinta-feira (18) nos cinemas, não é um simples filme de guerra. Ele é, sobretudo, um estudo sobre o que acontece após as diferenças de uma sociedade se tornarem irremediáveis, sobre aquilo que se perde no caminho: a própria humanidade. Não apenas no sentido físico, da morte de centenas de pessoas, mas a humanidade como um valor, como um símbolo. 

O longa é uma reflexão sobre como o conflito, quando perde totalmente o controle, torna-se algo corriqueiro, e neste processo as pessoas perdem a empatia e todos os outros sentimentos. O diretor diz que no fim que a polarização extrema nos leva a perder aquilo que temos de mais importante, e nos tornamos apenas bonecos que andam de um lado para o outro e aceitam as dificuldades sem nenhum questionamento.

A produção narra a história de Joe (Wagner Moura) e Lee (Kirsten Dunst), dois jornalistas de guerra que se veem no meio de uma nova guerra civil nos Estados Unidos, e que pretendem ir até a Casa Branca fazer uma última entrevista com o presidente do país, antes que ele seja derrubado pelas forças rebeldes que agora disputam o território.

Os dois são acompanhados por Jessie (Cailee Spaeny), uma jovem fotógrafa que tem em Lee uma inspiração, e Sammy (Stephen McKinley Henderson), um repórter veterano. Na jornada até a capital, os quatro são confrontados com os horrores da guerra e são obrigados a confrontarem suas próprias concepções.

O elenco está bem afinado, mas Moura destoa um pouco dos colegas – nada que prejudique o andamento, mas é visível. 

A direção de Garland faz um trabalho primoroso ao misturar cenas eloquentes de ação a momentos mais contidos, que muitas vezes batem até mais forte. Se o filme sofre de um problema, é de uma falta de ritmo, ou seja, de momentos em que a narrativa parece demorar um pouco demais para chegar onde deseja.

Mas tudo isso fica pequeno diante da gigantesca mensagem que o filme passa de forme eficiente, seca e forte. É um trabalho que pode provocar ansiedade e até desalento, mas talvez justamente por isso ele seja tão necessário.

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