'Inexplicável' te leva para uma jornada de fé, esperança e muito choro

Dirigido por Fabrício Bittar, o filme conta a história real de um menino, de 8 anos, apaixonado por futebol que precisa lidar com um gravíssimo problema de saúde, estreia nesta quinta (5)

Por Gabrielle Pedro

Não tem como começar essa crítica de outra forma. Prepare o lencinho porque Inexplicável, dirigido por Fabrício Bittar, vai te fazer chorar – praticamente – do início ao fim. O filme, que estreia nesta quinta-feira (5) nos cinemas de todo o Brasil, é uma avalanche de drama que levanta muitos questionamentos sobre o poder da fé.

Inexplicável conta a história real do pequeno Gabriel Varandas, interpretado pelo ator mirim Miguel Venerabile, uma criança, de 8 anos, apaixonada por futebol, mas que, muito cedo, precisa enfrentar um grave problema de saúde e lutar algumas vezes contra a morte.

Ao longo da trama, Gabriel conta com o apoio e amor incondicional dos pais, Yanna e Marcus, vividos pelos atores Letícia Spiller e Eriberto Leão, que sofrem ao ver o filho morrendo em um leito de hospital.  

Todo esse drama foi inicialmente narrado pelo escritor Phelipe Caldas no livro O Menino que Queria Jogar Futebol. A obra inspirou Fabrício Bittar a levar a mesma história para as telas do cinema.

"Eu estava procurando uma história para contar e encontrei esta, que é realmente impressionante e me tocou profundamente. Acho que não apenas pela situação que eles viveram, mas principalmente pelos momentos descritos na narrativa. Eu li o livro do Phelipe Caldas e visualizei várias cenas cinematográficas que poderiam inspirar muitas pessoas", declarou Bittar em entrevista ao Band.com.br.

Entre todas essas cenas citadas pelo diretor, algumas são de fato impossíveis de conter o choro. Isso porque, embora Yanna e Marcus estejam completamente cientes da gravidade da condição de saúde do filho, a fé continua sendo o alicerce que mantém a família firme.

"A cena que mais me marcou foi quando o Gabriel teve a possibilidade de voltar a respirar sozinho, mas, novamente, existia a chance de não dar certo. Mesmo assim, aqueles pais acreditaram. Toda a composição da cena, com a novena e com os familiares rezando juntos, foi emocionante. Só de pensar, fico arrepiada", revelou Letícia Spiller.

Para Eriberto Leão não foi diferente. Relembrar o trabalho de Miguel Venerabile em torno do drama da história ainda o comove. "Aquele momento nos marcou profundamente. Essa cena foi muito forte. Ouvir a Letícia recontar isso me fez reviver toda aquela situação e o incrível trabalho do Miguel. Também houve outras cenas muito intensas. Era uma tensão constante para que não se destruísse a felicidade daquela família. Mas acredito que esse é o papel da arte: transformar", disse.

Se pretende assistir ao filme no cinema, saiba que o tom religioso é bem presente na trama. A família Varandas é católica, e a mãe se apega a Deus para enfrentar o sofrimento. Já o pai começa a questionar a existência de um ser superior que permitiria uma provação tão dura para o filho.

Apesar disso, Bittar enfatiza que Inexplicável não é um filme religioso nem se limita a uma religião específica, mas aborda a fé e a esperança de forma universal.

"Tem uma cena que eu gosto muito e acho muito significativa para a história: é quando o Marcus, o papel do Eriberto, está no hospital, com uma enorme dificuldade em saber o que fazer, e ele procura por um vídeo sobre 'como rezar'. Acho que isso é muito simbólico porque mostra que numa situação tão difícil quanto essa você precisa buscar alguma coisa, nem que seja no YouTube... essa mistura de uma coisa até um pouco patética, mas ao mesmo tempo mostra uma necessidade tão grande da gente se conectar com alguma coisa", explicou o diretor.

"Então, falamos que é um filme sobre fé porque, para mim, fé é acreditar. O filme toca na religião, mas a fé que abordamos é a de estar vivo, de se conectar a alguma coisa. Viver sem respostas é muito difícil. Essa conexão, que cada um pode chamar do que quiser –religião ou qualquer outra coisa–, é essencial para contar essa história", completou.

Letícia Spiller acredita que Inexplicável será capaz de transformar a visão de mundo de muitas pessoas, especialmente dos jovens.

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