Masterchef

Bailarina, Laura vence MasterChef ao fazer prato pela 1ª vez: "Em tudo na vida fui mediana, é incrível ter sido a melhor"

Stefani Sousa

Bailarina clássica, Laura vence MasterChef
Bailarina clássica, Laura vence MasterChef
Carlos Reinis/Band

Estratégia e tranquilidade marcaram a vitória da bailarina clássica Laura, 22 anos, no episódio 18 do MasterChef 2020, exibido pela Band nesta terça-feira, 10. Na primeira prova da noite, a paulista preparou bucatini all’amatriciana, receita favorita do ex-jogador Cafu, que integrou a Caixa Misteriosa dos famosos. Apesar de não ter sido muito elogiado, o prato foi definido por Jacquin como “honesto e bom”, garantindo a participação de Laura na segunda fase. Foi quando o jogo virou. Ao preparar pela primeira vez uma receita de de costela bovina e polenta, ela agradou a todos e foi eleita campeã. “Isso aqui está dos deuses”, avaliou o chef francês. “Está tudo muito bom”, concordou Paola Carosella. “A carne está muito bem cozida e o molho está brilhante”, completou Henrique Fogaça.

Para Laura, não tinha como ser melhor. É o que ela conta em entrevista ao Portal da Band. “Estou muito feliz, eu vim pra ganhar. Quando entrei na cozinha, já cheguei olhando tudo pra saber onde as coisas estavam, me adiantando, já tinha estratégia”, garantiu. “Em tudo na vida fui mediana. Ganhar o MasterChef é uma superação, é incrível ter sido a melhor e conseguir me destacar entre tantas pessoas que se inscreveram e participaram.”

Entregar uma receita não tão boa na primeira prova fez a participante focar ainda mais no prato final: “Fiquei decepcionada, triste por saber que poderia ter feito melhor”.  Foi por isso que, na prova da decisão,  mesmo não tendo muita prática com carne, ela não entregou o jogo. “Não cozinho muita proteína e me assustei um pouco, mas sabia como deixar saboroso. Não queria a costela, mas ela acabou sendo um presente porque estava muito macia”, analisou. 

Durante a prova, o prato, que a princípio seria um ragu com polenta, se transformou quando o chef Henrique Fogaça visitou sua bancada e deu algumas dicas. O jurado também fez suspense ao provar sua comida durante a degustação. “Nesse momento, comecei a desconfiar de que não estava tão bom quanto eu achava. Quando os três falaram que estava uma delícia, fiquei muito aliviada.”

Ao analisar sua vitória, a cozinheira amadora recordou um pouco de sua relação com a comida. Bailarina profissional, Laura começou a fazer aulas de ballet quando tinha 8 anos. Desde então, não parou até que a dança se tornasse sua profissão. Aos 18 anos, foi morar na Alemanha para trabalhar e passou a cuidar ainda mais de sua alimentação. “A gastronomia veio da curiosidade e da necessidade. Minha mãe, minha avó e o meu pai sempre cozinharam bem e eu gosto de comer coisas boas, não fico satisfeita com fast-food ou delivery.” 

Por ter seu corpo como ferramenta de trabalho, é normal que, quando está em temporada de dança, a paulista faça acompanhamento nutricional. Nem por isso, no entanto, ela deixa de comer o que ama. “Sou a pessoa que bate na tecla de que não devemos passar fome, temos que comer e cozinhar. Consigo contar nos dedos os ingredientes de que não gosto e, a cada dia, tento abrir espaço para uma alimentação mais natural”, conta. 

Com habilidades na cozinha que vão dos doces a pratos vegetarianos, Laura analisa agora o que fará com o prêmio do MasterChef. “Com a pandemia, já estava pensando em começar a estudar gastronomia. Não vou poder dançar em lugar nenhum agora e isso é algo que gostaria de me dedicar. Sei que sou muito nova e tenho tempo para fazer as duas coisas se quiser crescer nelas.” 

Após dedicar o prêmio à família, nossa campeã fez questão de enaltecer o empoderamento feminino e alertar para as questões de gênero. “Ser mulher não é fácil, ainda mais como artista e com uma mente livre. É uma tecla que eu sempre bato, já briguei muito pela liberdade do meu corpo, para não ser considerada um objeto. Pra mim, ainda é fácil porque sou magra, branca e tenho privilégios. Imagine para as mulheres que não tem? Temos que lutar para que todas possam se impor!” Concordamos com tudo, Laura.