Masterchef

Paola Carosella revela parceria com OIT e MPT para distribuir até 1 mil marmitas por dia

Chef ajudou a montar iniciativa que dará apoio a pessoas em situação de rua, refugiados e trans

Vinícius de Melo

Paola Carosella está ainda mais engajada em projetos sociais
Paola Carosella está ainda mais engajada em projetos sociais
Divulgação/Instagram


Assim como muitos brasileiros, a vida a chef de cozinha Paola Carosella também mudou devido a pandemia causada pelo novo coronavírus. Seu restaurante Arturito e as unidades do La Guapa foram fechadas, o delivery virou prioridade e parte da equipe está em casa, cumprindo o isolamento social.

"A pandemia mudou para sempre o curso das coisas. Fechamos o restaurante ao público, começamos a fazer um delivery – 3 pratos por dia – com o objetivo primordial de manter a nossa "família" protegida e continuar pagando salários e obrigações", contou a jurada do MasterChef Brasil.

"Diminuímos a equipe que passou de 45 pessoas trabalhando diariamente para 15, divididas em dois períodos. Todos com transporte próprio e verificando previamente que nenhum deles faça parte ou tenha em casa ninguém do grupo de risco. Os outros 30 estão em casas, porém recebendo seus salários", disse.

"Diminuímos drasticamente a oferta de pratos. Dentre eles, apenas um vegano ou vegetariano feito com a maioria dos insumos da Comunidade de Agricultores de Parelheiros, que são nossos parceiros há quatro anos. O intuito foi, mesmo reduzindo os pratos do cardápio, não diminuir o volume de insumos comprados deles, que são um dos nossos fornecedores mais vulneráveis", completou a chef.

Porém, essas não foram as únicas atitudes que a jurada do MasterChef Brasil tomou durante essas últimas semanas. Bastante ligada a projeto sociais, Paola está ainda mais engajada em ações de assistência a comunidades carentes.

"Não sabemos quando voltaremos a abrir e sou ciente que sou extremamente privilegiada. Tenho muita visibilidade e isso nos ajuda a funcionar melhor, mas sinto na pele e carrego no corpo a dor de muitos colegas do setor que não conseguem se manter erguidos – e que tiveram ou terão que fechar as portas, deixando muita gente desempregada", explicou.

"Sempre estou engajada. Tudo que eu faço tem que implicar em engajamento com pessoas e comunidades, senão não faz sentido. De imediato, nos primeiros dias comecei a conectar produtores que estavam descartando a sua produção com cozinheiros que podiam transformar essas comidas em marmitas", contou.

Paola Carosella está ajudando comunidades e grupos vulneráveisPaola Carosella está ajudando comunidades e grupos vulneráveis - Divulgação/Instagram

"O Rodrigo Oliveira [do restaurante Mocotó] e a Adriana Salay são exemplos de empreendedorismo solidário e com eles fiz, estou fazendo e farei muita coisa. Um dos focos do trabalho é a compra de cestas de agricultura local familiar, com recursos próprios, para doação – ações na Vila Medeiros e nas comunidades da Brasilândia e Paraisópolis", explicou.

Paola também falou sobre a parceria que fez com a ONG Por Um Sorriso, de Felipe Rossi, através de Ana Paula Padrão, revelada na última quarta-feira, 13, durante a live da Caixa Misteriosa, o Desafio dos Chefs. "Estamos fazendo algumas ações: doação de comida, cestas de arroz e feijão do MST, verduras de Parelheiros, doação de shampoo e condicionador da Eume (grupo O Boticário), doação de forno e bateria com parceria da Gpaniz, com preço de custo para a Vovó Tutú", enumerou.

"Uma grande amiga teve que fechar o seu restaurante e enviamos vários móveis, geladeiras, fogões e fornos para o Centro Cultural 7 Jovens da Brasilândia, onde faremos com conjunto um café, biblioteca e espaço de cozinha no futuro, assim que seja possível", contou ainda.

Além de todas essas iniciativas, Paola Carosella está engajada em um projeto da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e do Ministério Público do Trabalho (MPT). "Deve sair do papel até semana que vem e vai levar 1 mil marmitas por dia para diferentes setores da população mais vulnerável (pessoas em situação de rua, refugiados, pessoas trans, dentre outros). Para isso, a compra dos ingredientes será feita completamente de agricultores do Cinturão Verde de São Paulo, serão contratados cozinheiros e ajudantes de grupos vulneráveis e a comida será feita em parceria com uma escola de hotelaria da cidade", disse.

A chef de cozinha revelou que as marmitas serão entregues diariamente, por pelo menos 3 meses, a organizações da sociedade civil que já estejam atuando com esses grupos. O projeto deve começar em 8 de junho. "Uniformes, aventais e outros insumos estão sendo feitos já por uma ONG de refugiados. E ainda continua o projeto Cozinha&Voz, onde sou diretora técnica, em conjunto com a OIT e o MPT, através de aulas online", completou.

Ao final, a jurada deixou um recado para seus fãs e os fãs de MasterChef Brasil. "Não desejem que o mundo seja o mesmo que antes. Desejem que ele seja melhor que antes. Vamos olhar dentro de cada um de nós e entender a nossa responsabilidade para gerar a mudança necessária para que isso aconteça", finalizou.

Nesta quarta-feira, 20, a chef de cozinha se unirá a Henrique Fogaça, Erick Jacquin e Ana Paula Padrão em mais uma live da Caixa Misteriosa, o Desafio dos Chefs. Exibido no canal do reality show no YouTube, o projeto é uma parceria entre a Endemol Shine Brasil, Band TV e VIBRA, empresa digital do Grupo Bandeirantes.