MasterChef

Campeã do MasterChef 1, Elisa Fernandes não descarta voltar ao programa e "concluir um ciclo"

Em entrevista exclusiva ao Band.com.br, a primeira campeã do MasterChef Brasil fala sobre o impacto do programa na sua vida após uma década

Por Aline Naomi

Campeã do MasterChef 1, Elisa Fernandes não descarta voltar ao programa e "concluir um ciclo"
Elisa Fernandes, primeira campeã do MasterChef Brasil
Band e reprodução/Instagram @elisa.fernandes

Há dez anos, Elisa Fernandes ganhava a última colher de Erick Jacquin valendo uma chance de participar da 1ª temporada do MasterChef Brasil. Essa foi uma das diversas cenas icônicas protagonizadas pela paulista, que se consagrou como a campeã da edição de estreia do talent show no Brasil.  

Atualmente, a chef de cozinha acha graça em ser reconhecida nas ruas como "a menina do MasterChef". "Eu fico pensando: 'Puts, eu já tenho 34 anos. Não sei se sou mais uma menina'", brinca em entrevista exclusiva ao Band.com.br.  

Foi assim, em rede nacional, que Elisa descobriu sua vocação para a gastronomia. Fã das edições do programa no exterior, ela viu no MasterChef a chance de mudar de carreira. "Eu via como uma oportunidade de ouro", relembra. "Eu pensei: 'Essa é a única chance que eu tenho para realmente fazer esse sonho dar certo'. E deu." 

A conquista do troféu do MasterChef foi só a primeira de muitas que colecionou na última década. À frente do Clos Wine Bar & Bistrô, seu restaurante na capital paulista, Elisa também dá aulas e palestras, acumula mais de 524 mil seguidores no Instagram e foi responsável, em 2023, por um almoço diplomático no Palácio do Itamaraty.  

A ocasião celebrava os 200 anos das relações diplomáticas entre Brasil e Argentina e, entre os presentes, estavam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente argentino da época, Alberto Fernández. "Foi um dos pontos mais altos [da minha carreira]", afirma. "Foi muito mais do que eu esperava." 

De amadora a profissional 

Se em 2014 Elisa era uma cozinheira amadora, como tantos telespectadores do MasterChef, hoje ela é profissional e está em pé de igualdade com os jurados do programa. Estar nesse lugar enche-a de orgulho. "Me sinto super honrada", declara.  

Ainda assim, Elisa entende que as conquistas não param por aí. "É claro que ainda falta muito chão para eu ter uma trajetória como a da Helena Rizzo, por exemplo, que é uma chef que já tem uma coleção de prêmios", pondera. "Eu sei que ainda tem um caminho longo, mas eu sou confiante no caminho que eu trilho." 

E se surgir a oportunidade de, futuramente, ocupar a posição de jurada? "Pô, isso seria um sonho, não só pela questão do prestígio de estar num lugar como o MasterChef, mas de poder talvez até concluir um ciclo que começou quase sem querer", analisa. 

Para Elisa, o MasterChef se tornou um parâmetro de qualidade na cozinha e no entretenimento. Por isso, ser parte dessa história de "uma década de paixão", como diz o mote da atual temporada, também é motivo para se orgulhar. "Eu faço parte de uma história que transforma para o melhor", afirma.  

Emocionada, ela lembra como o MasterChef foi um divisor de águas na sua vida. "Eu sempre fui uma pessoa que não gostou muito de expor a própria vida íntima, mas, de alguma forma, as pessoas fazem parte do momento mais íntimo da minha vida, que foi eu ter descoberto a minha realização profissional", descreve.  

"Saudade eterna" 

Brevemente, Elisa comenta sua relação com Helena, com quem disputou o troféu da 1ª temporada. "Na época, para mim, foi muito especial poder ter chegado na final com a pessoa que eu mais gostava da edição, que era Helena", recorda. "Ter ido para a final com ela foi um sentimento de missão cumprida muito grande."   

Na 10ª temporada, ao participar da festa na Sala São Paulo e rever cenas de sua colega, Elisa se emocionou. "Me deu uma saudade. Tipo, nossa, o que será que a Helena ia pensar do restaurante? Será que ela ia vir? Será que ela ia gostar? Enfim, uma saudade eterna", afirma.  

Do online para o offline 

Elisa encara com muita responsabilidade o papel que desempenha nas redes sociais. "Quando você junta 500 mil pessoas em um espaço, é gente pra caramba, e eu não posso banalizar e falar qualquer coisa", comenta.  

Ela conta que passou por diversas fases com a sua produção de conteúdo e, agora, quer usar sua presença online para incentivar as pessoas a viverem mais momentos offline.  

Um dos temas que quer trazer para o seu perfil, por exemplo, é o da hospitalidade. "Eu não quero só divulgar a receita pela receita, mas como aquilo é legal de ser servido quando você chama os amigos em casa", explica. "Eu quero me aproximar do cotidiano das pessoas e falar da gastronomia como agente de transformação." 

Outro tema que, para ela, merece atenção é o refinamento técnico da cozinha brasileira. "É urgente a gente mudar esse prisma de que o jeito brasileiro de cozinhar não é técnico. Sim, ele é técnico, só que ele é feito de técnicas diferentes daquelas que a gente aprendeu com a enciclopédia das receitas francesas", diz. 

Elisa almeja ainda escrever mais um livro e assinar o menu de uma companhia aérea. Tudo isso da mesma forma que conquistou o prêmio do MasterChef: obstinada, como se descreve. E, da mesma forma, os fãs estarão na torcida pelas realizações da tão famosa "menina do MasterChef".   

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