O Japão entrou para a história nesta sexta-feira (19) ao conseguiu pousar com sucesso um robô na superfície da lua, sendo o quinto país a conseguir tal feito na história da humanidade. Apesar da conquista astronômica, um detalhe da missão preocupa os cientistas envolvidos: os painéis de energia solar pararam de funcionar assim que o robô tocou no chão do satélite natural.
O jornalista científico Salvador Nogueira foi entrevistado por Pâmela Lucciola e Rodrigo Alvarez, no palco do Melhor da Noite, e explicou o que está acontecendo no espaço. Ele contou que o robô foi com bateria para a lua e seus criadores contavam que os painéis solares, localizados no topo de sua estrutura, fossem recarregar todo o sistema, mas isso não aconteceu. Ele explicou que os criadores esperam que o equipamento volte a funcionar nos próximos dias, antes que seja derretido pelo calor solar, que pode chegar até 100ºC na superfície da lua.
“Uma angústia, ne? Está faltando luz até na lua, é dramático, mas eles não sabem qual é o problema com os painéis solares”, explicou Salvador, que destacou que o problema pode interromper permanentemente a missão. “ Se for só uma questão de orientação em relação ao sol, com o passar dos dias o sol vai mudar de lugar lá no céu da lua e vai bater nos painéis solares, quem sabe recarregando as baterias, mas se não for isso, se for um problema realmente do equipamento, que pode ter sofrido algum dano no momento do pouso, aí não tem jeito”, disse.
Apesar da preocupação dos cientistas japoneses, Salvador explicou que o país não está focado em solucionar o problema agora e está focado em coletar as informações já captadas pelo robô, enquanto ainda tem um pouco de energia. “Eles passaram duas horas desde o momento do pouso só analisando os dados e agora estão priorizando receber os dados com pouco de bateria que eles têm para depois fazer uma análise com mais calma”, explicou.
Eu acho que está tendendo mais a algum dano, mas é muito difícil definir porque nem eles sabem. Na semana que vem a gente vai ter uma posição.
A missão do Japão na lua busca entender a história da lua e, assim, identificar possíveis fontes de água no satélite. “Eles querem estudar certas rochas na região onde eles pousaram, que eles imaginam que vem do interior da lua e, com isso, identificar a composição e quem sabe descobrir como a lua foi formada”, disse Salvador.