Tecnologia aproxima pais do RS que não podem visitar seus bebês na UTI neonatal

Médicos do Hospital das Clínicas de Porto Alegre recorrem às videochamadas para manter pais e filhos unidos em meio à tragédia

Da Redação

O nascimento de um filho é um dos momentos mais emocionantes da vida de um pai. Diante da tragédia no Rio Grande do Sul, devido às fortes chuvas em todo o estado, os médicos do Hospital das Clínicas de Porto Alegre decidiram recorrer à tecnologia para aproximar os pais dos recém-nascidos internados na UTI neonatal.

Uma das psicólogas do hospital, Claudia Santos, falou ao Melhor da Noite sobre como tem funcionado esse trabalho.

"A ideia das videochamadas iniciou, na verdade, na época da pandemia, onde, em função dos isolamentos, identificamos que, na UTI neonatal, os pais ficam extremamente angustiados, ainda mais longe dos filhos. Então, se começou toda uma organização dessas videochamadas porque imagina ter o bebê e ter que ficar longe dele", disse Claudia.

Logo após a pandemia, as videochamadas foram deixadas de lado, mas precisaram ser retomadas por conta da atual situação do estado, que está arrasada por conta das chuvas.

"A gente atende toda região do Rio Grande do Sul e verificamos que algumas das nossas famílias estavam isoladas, sem poder vir ao hospital. A partir daí, se resgatou a ideia da videochamada e isso tem um efeito bem importante tanto para a família como para nós. É um jeito mais humanizado de cuidar dessas famílias", explicou.

Segundo ela, muitos funcionários do hospital foram afetados pela enchente e tem sido gratificante para todos ajudar os pais dos recém-nascidos que precisam ficar internados.

"A gente tem o Vicente, que é o nosso bebê que nasceu de 26 semanas e os pais são de Capivari. Os pais foram para casa e deu toda essa enchente e eles ficaram impossibilitados de retornar. Diariamente, eu faço as chamadas de vídeo para a Angélica, mãe dele, para aproximar um pouquinho os dois", detalhou.