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Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+: Conheça a história e as siglas

Foi em 28 de junho de 1969 que os frequentadores do Stonewall Inn., bar gay no vilarejo de Greenwich, em Nova York, resolveram dar um basta nos anos de violência e perseguição policial

Da Redação

Nesta terça-feira (28), comemora-se o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ e marcado por diversos movimentos, que teve início no final da década de 1960, nos Estados Unidos. Foi em 28 de junho de 1969 que os frequentadores do Stonewall Inn., bar gay no vilarejo de Greenwich, em Nova York, resolveram dar um basta nos anos de violência e perseguição policial aos seus membros, causando o "levante" ou "revolta" que daria origem ao movimento LGBT+ de hoje.

Naquela época, a polícia de Nova York tinha o hábito de invadir bares e baladas gays para prender quem encontrasse no caminho, mesmo que o indivíduo em questão não estivesse violando a lei. Em 29 de junho, ao tentar fazer o mesmo com um grupo de lésbicas que estavam no Stonewall Inn, eles foram contra-atacados pelos outros frequentadores, que atiravam pedras, tijolos e moedas na viatura.

 

Revolta de Stonewall

Nas décadas de 1950 e 1960 os Estados Unidos tinham uma legislação anti-homossexual, já que práticas homossexuais foram consideradas crimes até 1962 em todos os estados do país. Em 1969, ano da revolta, a prática já não era criminalizada, mas muitos estabelecimentos comerciais que eram frequentados por gays e lésbicas eram atacados e perseguidos pela polícia.

Na cidade de Nova York apenas um bar era abertamente gay, o Stonewall Inn. Na noite de 28 para 29 de junho, o que era para ser uma batida policial comum tornou-se em revolta. Um grupo de homossexuais se recusou a ser revistado pela polícia, iniciando um confronto que durou cerca de 4 horas e resultou na destruição do bar.

As revoltas duraram 5 dias até que foram totalmente contidas. Ainda assim, a luta dos LGBTI+ por direitos ganhou apoio e visibilidade, de modo que até o final de 1969 muitas cidades americanas passaram a ter organizações pelos direitos dos homossexuais. E, no de 1970, após um ano das revoltas, aconteceram as primeiras passeatas do orgulho gay nos Estados Unidos.

 

O que significa LGBTQIA+

Na primeira sigla, GLS, o "S" representava os simpatizantes, pessoas aliadas à causa LGBTQIA+. Mas logo o acrônimo se mostrou ultrapassado porque deixava de fora as demais identidades. A evolução hoje é composta por lésbicas, gays, bissexuais, travestis, trans, queers, pansexuais, agêneros, pessoas não binárias e intersexo por mais visibilidade. 

O que significa cada sigla?

L: Lésbicas

Mulheres que sentem atração sexual e afetiva por outras mulheres.

G: Gays

Homens que sentem atração sexual e afetiva por outros homens.

B: Bissexuais

Pessoas que sentem atração sexual e afetiva por homens e mulheres.

T: Transexuais

Pessoas que assumem o gênero oposto ao de seu nascimento. Uma identidade ligada ao psicológico, e não ao físico, pois nestes casos pode ou não haver mudança fisiológica para adequação.

Q: Queer

O termo "queer", traduzido como "estranho", é uma forma de reconhecer as pessoas que não se encaixam no que impõe a estrutura heterossexual, que valida como "norma" se sentir atraído somente pelo gênero oposto.

I: Intersexo

Pessoas que não se adequam à forma binária (feminino e masculino) de nascença. Ou seja, seus genitais, hormônios, etc. não se encaixam na forma típica de masculino e feminino.  

A: Assexual

Pessoas que não possuem interesse sexual. Por vezes, esse grupo pode ser também arromântico ou não, ou seja, ter relacionamentos românticos com outras pessoas.

P: Pansexual

Quem sente atração por gente de todas as identidades de gênero ou pelas qualidades de alguém independentemente da identidade de gênero. Antes termo acadêmico, ganhou aderência com visibilidade de celebridades como Miley Cyrus.

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O mais serve para abranger as demais pessoas da bandeira e a pluralidade de orientações sexuais e variações de gênero.

 

A chegada do movimento LGBT no Brasil

No Brasil, o movimento LGBT começou a ser criado a partir da década de 1970, em meio a ditadura civil-militar (1964-1985). As publicações alternativas LGBTs foram fundamentais para esse desenvolvimento. Entre elas, duas se destacam: os jornais Lampião da Esquina e ChanacomChana.

O Lampião da Esquina foi fundado em 1978 e era abertamente homossexual, embora abordasse também outras questões sociais. O periódico frequentemente denunciava a violência contra os LGBTs. Em 1981, um grupo de lésbicas fundou o ChanacomChana, que era comercializado no Ferro’s Bar, frequentado por lésbicas. 

A venda do jornal não era aprovada pelos donos do local, que, em 1983, expulsaram as mulheres de lá. No dia 19 de agosto do mesmo ano, lésbicas, feministas e ativistas LGBTs se reuniram no Ferro’s, onde fizeram um ato político que resultou no fim da proibição da venda do jornal. Este episódio ficou conhecido como o “Stonewall brasileiro” e, por causa dele, no dia 19 de agosto comemora-se o Dia do Orgulho Lésbico no estado de São Paulo.

Na década de 1980, a comunidade LGBT sofreu um grande golpe. No mundo todo, uma epidemia do vírus HIV matou muitos LGBTs e alterou significativamente as organizações políticas do movimento. A síndrome trouxe de novo um estigma para a comunidade, agora vista como portadora e transmissora de uma doença incurável, à época chamada de “câncer gay”. As consequências dessa crise são sentidas até hoje.

 

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