
A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood indicou nesta quinta-feira (23) os finalistas que vão concorrer ao Oscar 2025. A cerimônia de premiação acontece no dia 2 de março, domingo de Carnaval.
Pela primeira vez desde 1999, o Brasil ressurgiu na lista de Melhor Filme Internacional com o longa “Ainda Estou Aqui”. Esta é a quinta vez que o país entra nessa categoria, apesar de jamais ter levado o prêmio.
Além disso, o filme foi indicado ao prêmio de Melhor Filme e Fernanda Torres, que já vinha fazendo um sucesso estrondoso entre a crítica internacional e vencido o Globo de Ouro, está indicada entre as melhores atrizes.
Quais filmes disputam o prêmio com Ainda Estou Aqui?
Ainda Estou Aqui concorre ao título de Melhor Filme Internacional com The Girl With The Needle, Emília Pérez, The Seed Of The Sacred Pig e Flow.
Além de concorrer ao prêmio de Melhor Filme com Anora, O Brutalista, Um Completo Desconhecido, Conclave, Emília Perez, Duna: Part Two, Nickel Boys, A Substância e Wicked.
O anúncio dos indicados às 23 categorias foi feito pelo site oficial e redes sociais da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas e os atores Rachel Sennott e Bowen Yang foram os apresentadores.
Sobre o que é o filme “Ainda Estou Aqui”?
"Ainda Estou Aqui" é inspirado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva que conta a história de sua mãe, Eunice Paiva. Fernanda Torres e Fernanda Montenegro interpretam o papel de Eunice em diferentes idades.
A jornalista especializada em cinema e colunista de BandNews FM, Flavia Guerra, analisou a importância das indicações. Para ela, o filme mostrou que o cinema brasileiro "resistiu muito nesses últimos anos".
Walter Salles, diretor do longa-metragem, afirmou em entrevista à jornalista que sua maior realização com o filme foi acompanhar três milhões de pessoas assistindo ao filme no cinema, contando as histórias de seus avós, e aprendendo sobre a história do Brasil.
"O Oscar bate lá fora e reverbera aqui dentro (...) é uma escolha muito consciente do Walter. Existem muitas abordagens sobre um tema e não tem isso de ‘já deu de filme de Ditadura’. O que dá [o tom] é a abordagem. É a gente entender a dimensão humana do que é uma Ditadura. São famílias destruídas. A família da Eunice não foi a única. O Chile tem milhares de desaparecidos, Argentina também. É uma história não só latino-americana, mas muito latino-americana", disse Flavia Guerra.
Para ela, a identificação do público internacional com o filme vem da consciência dos horrores de uma Ditadura. “O filme foi exibido na Itália e a Itália também sabe o que é o fascismo de fato. E o filme foi muito bem recebido por lá. Eu acho que a ressonância desse filme com público internacional vem disso."