Oi, essa semana eu tive uma experiência péssima tentando inscrever as minhas filhas num site, onde o modelo de família disponível não se adequava a nossa família. Então, a minha dica de hoje é que se você tem qualquer empreendimento que envolva o ato de preencher dados referentes à família de alguém – e eu não preciso nem explicar o quanto que falar sobre a própria família é algo que mexe com o sentimento de qualquer pessoa –, que você considere que as famílias de hoje, ou as famílias de sempre, podem seguir milhares de modelos.
No meu caso, o modelo é o do luto. Nesse site em questão, você é obrigado a preencher os dados do pai e da mãe, não permitindo repetir as informações de um ou de outro, que foi uma coisa que eu tentei fazer. Eu tentei colocar o meu nome, o meu sobrenome, o meu e-mail e os meus dados de contato nos dois campos, no do pai e no da mãe, mas o site não aceitou. Eu também tentei deixar o espaço em branco, mas o site também não aceitou.
Eu não só me vi numa situação constrangedora, como percebi que é um problema não só para famílias enlutadas, mas também para quem não tem o pai na certidão de nascimento, ou para quem tem dois pais, ou duas mães; ou até para quem tem pai ou mãe, mas esse pai ou essa mãe não são contatos de emergência. E talvez você não tenha que se adaptar, como foi o que me disseram: ‘ah, coloca o telefone de uma amiga, do tio, coloca os dados de qualquer pessoa da sua confiança’, na verdade, os itens deveriam estar preparados para as várias formas de família e não as famílias quem deveriam se adaptar às demandas do que está sendo pedido.
Eu, não, não queria ter que fazer o que eu fiz. E como eu fiz? Eu preenchi os meus dados, preenchi os dados do meu marido – inclusive o e-mail dele, porque não, não podia colocar o mesmo e-mail. Eu ainda tenho o e-mail dele, que eu sei que já não funciona mais, mas foi o que deu para fazer.
Mas, sai me perguntando: por que as pessoas têm que passar por isso? Então, a minha dica de hoje é que se você idealiza qualquer coisa que envolve famílias, que você considere que as famílias têm ‘n’ formas, ‘n’ modelos diferentes e muitas coisas ainda não estão adaptadas a elas.
Eu sou a Veruska Boechat, a Doce Veruska, e Fica a Dica!