Esporte

Abramovich anuncia que deixará o comando do Chelsea

Bilionário conquistou todos os títulos possíveis com o clube inglês, mas ligação com Putin pressionava sua saída do time

Gabriela Santos

Abramovich anuncia que deixa o comando do Chelsea John Sibley/Reuters
John Sibley/Reuters

Após 20 anos comandando o Chelsea, o magnata russo Roman Abramovich anunciou neste sábado (26) que deixará o clube pelo qual conquistou todos os títulos possíveis - o último deles no Mundial de Clubes, contra o Palmeiras. 

Embora não tenha publicado os motivos para a decisão, a opinião pública britânica vinha pressionando o bilionário russo para deixar o clube. Tudo por causa de um suposto vínculo com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, que ordenou esta semana a invasão da Ucrânia por tropas do país.

No Reino Unido, a imprensa local afirma que já há grupos de investidores interessados em comprar o Chelsea, em negócio que pode chegar à cifra de R$ 11 bilhões.

Leia a nota:

"Durante meus quase 20 anos de posse do Chelsea FC, sempre considerei meu papel como guardião do clube, cujo trabalho é garantir que sejamos tão bem-sucedidos quanto podemos ser hoje, bem como construir para o futuro, ao mesmo tempo desempenhando um papel positivo em nossas comunidades.

Sempre tomei decisões com o melhor interesse do clube no coração. Continuo comprometido com esses valores. É por isso que hoje estou dando aos curadores da Fundação de caridade do Chelsea a administração e os cuidados do Chelsea FC. Acredito que atualmente eles estão na melhor posição para cuidar dos interesses do Clube, jogadores, funcionários e torcedores".

Abramovich assumiu o controle do Chelsea em 2003 e investiu mais 2 bilhões de libras (R$ 14 bilhões em valores atuais) desde então. Sua passagem foi vitoriosa, uma vez que o clube ergueu todas as taças que podia. Recentemente colocou na sua prateleira o único que faltava: o Mundial de Clubes.

Entenda a relação de Abramovich com Vladimir Putin

Nesta semana, o Reino Unido decidiu endurecer as sanções aos empresários russos como represália aos ataques feitos por Putin contra a Ucrânia. Quem acabou diretamente impactado foi Abramovich.

O deputado Chris Bryant, do Partido Trabalhista do Reino Unido, divulgou documentos, de 2019, que ligam o empresário ao presidente russo.

Após a divulgação dos documentos, o parlamentar pediu para que Abramovich fosse retirado do clube. Segundo Bryant, o empresário faz parte de uma das 35 oligarquias que apoiam as ações de Putin.

"Certamente deveríamos tentar confiscar alguns de seus ativos, incluindo sua casa de 152 milhões de libras [R$ 1 bilhão, aproximadamente]. E garantir que outras pessoas que tiveram vistos de nível um como esse não estejam envolvidas em atividades malignas no Reino Unido", declarou Bryant.

Jogadores brasileiros deixam a Ucrânia. Veja o vídeo

Proibido de morar na Inglaterra

Como publicado em 23 de fevereiro pelo 'The Sun', o empresário foi impedido de morar na terra da Rainha. Inclusive, esta foi a notícia que motivou o parlamentar a buscar documentos que mostravam a ligação de Abramovich e Putin.

Já o primeiro-ministro Boris Johnson disse que o empresário não foi o alvo das medidas impostas contra os russos após a invasão da Ucrânia.

Dívida do Chelsea com Abramovich

Apesar de entrar como investidor, Abramovich tem dinheiro a receber do clube. A folha salarial dos ingleses é a segunda maior, atrás apenas do Manchester United. Caso ele deixasse o clube, seria necessário quitar o débito, que chega na casa de R$ 1 bilhão.

Um dos motivos que levaram o Chelsea a aumentar a dívida com o empresário foram as contratações de astros como Kai Havertz, Timo Werner, Ben Chillwell, Hakim Ziyech e Edouard Mendy.

Mais notícias

Carregar mais