O ex-árbitro Alício Pena Jr. tem agora sob os seus cuidados um dos cargos mais complexos do futebol brasileiro: o de chefe de arbitragem da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Ele assumiu interinamente a cadeira na última sexta-feira (12), em sucessão a Leonardo Gaciba, demitido.
Uma das primeiras medidas de Alício na nova representação foi reunir os árbitros das séries A e B em Teresópolis até o final das competições nacionais, previsto para 15 de dezembro, data do segundo jogo da final da Copa do Brasil. O objetivo é oferecer um ambiente de mais tranquilidade aos profissionais do apito.
“Os árbitros ficarão concentrados na Granja Comary até o final das competições da CBF e só sairão em dias de jogos. Estamos em um momento de afinar critérios e conceitos. Queremos um ambiente maior de foco e concentração total para esta reta final”, contou Alício em entrevista à Rádio Bandeirantes.
A queda de Leonardo Gaciba da chefia de arbitragem da CBF ocorreu horas depois de Flamengo 3 x 0 Bahia, na última quinta-feira (11), que teve atuação contestada do árbitro Vinicius Gonçalves. Vale lembrar que o mesmo Vinicius havia apitado Grêmio x Fluminense, na terça, portanto, apenas 48 horas antes do jogo no Maracanã.
Alício justificou a escalação de Vinicius por conta das baixas no quadro de árbitros da CBF e elogiou o profissional. “Estamos em momentos decisivos nas séries A e B e 13 árbitros brasileiros atuando nas Eliminatórias. Ficamos com possibilidades reduzidas. O Vinicius foi bem em Grêmio x Fluminense e era o nome indicado para Flamengo x Bahia.”
Por fim, ele garantiu que uma de suas principais missões nos próximos dias é trabalhar para reduzir a carga de pressão sobre os árbitros.
“Os árbitros sofrem muita pressão, e qualquer profissional que trabalha sob pressão não desempenha bem. Queremos dar mais tranquilidade a eles”, comentou Alício, reforçando que a CBF disponibiliza profissionais da psicologia do esporte para os árbitros do seu quadro.