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Chegada de Alonso à Aston Martin deve definir situação até da Williams em 2023

Emanuel Colombari

Imagem: Aston Martin F1
Imagem: Aston Martin F1

O anúncio de que Fernando Alonso vai correr pela Aston Martin a partir de 2023 tem alguns desdobramentos importantes na Fórmula 1 além do óbvio.

Primeiro, vamos com o mais evidente. O espanhol chega para assumir o posto de Sebastian Vettel, que se aposenta da categoria no fim de 2022. E o posto de Vettel não se resume a disputar corridas em buscas dos melhores resultados possíveis: com um contrato “multi-year” (ou seja, de mais de um ano), Alonso estará no time de Lawrence Stroll pelo menos nas temporadas 2023 e 2024.

Com este acerto, Alonso é o eleito para liderar a escalada da Aston Martin rumo ao topo. Não é segredo que o time espera brigar por vitórias e títulos a partir de 2026, quando a F1 adota um novo regulamento. Para isso, tem investido em estrutura (com direito a uma nova fábrica) e em pessoal.

“Tenho visto o time sistematicamente atrair ótimas pessoas com um pedigree vitorioso, e estou ciente do grande compromisso com novas dependências e recursos em Silverstone. Ninguém na Fórmula 1 está demonstrando tal visão e compromisso em vencer, e isso torna esta oportunidade empolgante para mim”, afirmou Fernando Alonso no comunicado divulgado nesta segunda-feira pelo time verde.

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Assim, reconhecido como um dos pilotos mais técnicos do grid, o bicampeão é a aposta da escuderia para liderar este processo na pista – como tem sido com Vettel entre 2021 e 2022. Neste caso, a Aston Martin precisa mais de Alonso do que o contrário. Aos 41 anos, o espanhol terá papel fundamental também fora da pista.

(Com estes investimentos, aliás, a Aston Martin se mostra uma boa opção para Felipe Drugovich, mesmo que não seja para uma vaga como titular a curto prazo. É esperar para ver como o andamento das negociações.)

Ao mesmo tempo, é claro que a Alonso também precisava da Aston Martin – ou, no mínimo, de uma oportunidade como a que ofereceu a Aston Martin. O espanhol vive excelente fase em 2022 com a Alpine, somando pontos nas últimas oito corridas – o que não acontecia desde 2014, quando pilotava pela Ferrari. Mesmo já tendo passado da fronteira dos 40 anos, Alonso não dava sinais de que pretendia se aposentar.

Só que a permanência na Alpine se tornou duvidosa por causa de um excelente problema para a equipe: Oscar Piastri. O contrato do australiano conta com uma cláusula que o libera do time caso fique fora do grid em 2023. Por isso mesmo a pressa que os franceses vinham demonstrando para tentar colocá-lo na Williams por empréstimo no ano que vem.

Imagem: BWT Alpine F1 Team

Com a ida de Alonso para a Aston Martin, será uma enorme surpresa se a Alpine não anunciar Piastri ao lado de Esteban Ocon em 2023. E isso deve trazer desdobramentos na escalação da Williams.

Alexander Albon ainda não foi anunciado, mas vai permanecer no time em 2023 – embora fosse cotado inclusive para a vaga de Sebastian Vettel na Aston Martin. Mas mesmo sem Oscar Piastri, a vaga ao lado do tailandês não está tão definida. Agora, Nicholas Latifi deve ganhar a concorrência forte de Nyck de Vries, campeão da Fórmula 2 em 2019 e da Fórmula E em 2021. O holandês é atualmente piloto de testes da Mercedes e da Williams, e inclusive já participou de treinos livres com ambas em 2022.

Por fim, faltou um nome na conta: Mick Schumacher. O alemão da Haas era a principal indicação do próprio Vettel para assumir a vaga na Aston Martin. Sem o assento, a tendência é que permaneça no time norte-americano em 2023, apoiado não apenas pela Ferrari (ele é piloto da academia da escuderia italiana desde 2019), mas também pelos bons resultados que finalmente começaram a acontecer.

Confira a situação das vagas nas equipes:

Red Bull

  • Max Verstappen (contrato até 2028)
  • Sergio Pérez (contrato até 2024)

Ferrari

  • Charles Leclerc (contrato até 2024)
  • Carlos Sainz (contrato até 2024)

Mercedes

  • Lewis Hamilton (contrato até 2023)
  • George Russell (contrato pelo menos até 2023)

McLaren

  • Lando Norris (contrato até 2025)
  • Daniel Ricciardo (contrato até 2023)

Alfa Romeo

  • Valtteri Bottas (contrato pelo menos até 2023)
  • Vaga aberta

Alpine

  • Esteban Ocon (contrato até 2024)
  • Vaga aberta

AlphaTauri

  • Pierre Gasly (contrato pelo menos até 2023)
  • Vaga aberta

Haas

  • Kevin Magnussen (contrato pelo menos até 2023)
  • Vaga aberta

Aston Martin

  • Fernando Alonso (contrato pelo menos até 2024)
  • Vaga aberta

Williams

  • Alexander Albon (contrato pelo menos até 2023)
  • Vaga aberta

Emanuel Colombari

Emanuel Colombari é jornalista com experiência em redações desde 2006, com passagens por Gazeta Esportiva, Agora São Paulo, Terra e UOL. Já cobriu kart, Fórmula 3, GT3, Dakar, Sertões, Indy, Stock Car e Fórmula 1. Aqui, compartilha um olhar diferente sobre o que rola na F-1.