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O porpoising virou um problema na F1 - agora, para as costas dos pilotos

Emanuel Colombari

Imagem: Reprodução
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O novo regulamento da Fórmula 1 teve impacto imediato na relação de forças entre as equipes. Ao mesmo tempo, os pilotos têm sentido os efeitos da nova aerodinâmica da categoria.

Desde que o regulamento entrou em vigor, os carros passaram a sofrer com o chamado porpoising – em geral, em trechos de alta velocidade, os carros vibram como se estivessem quicando. Dentro dos cockpits, os pilotos sentem os reflexos dos pulos, que em geral acabam provocando dores ao fim de treinos e corridas.

Lewis Hamilton foi o protagonista das cenas mais dramáticas até aqui. Após o GP do Azerbaijão deste domingo (12), o britânico da Mercedes teve dificuldades para sair do carro. A equipe chegou a colocar em dúvida a participação do heptacampeão no GP do Canadá do fim de semana, mas ele correu para as redes sociais para informar que iniciou a recuperação e estará presente na etapa de Montreal.

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No GP da Arábia Saudita, a vítima foi Kevin Magnussen. O dinamarquês da Haas sentiu dores no pescoço ainda na qualificação, e só conseguiu correr graças ao trabalho do fisioterapeuta Thomas Jorgensen.

“Honestamente, meu pescoço estava completamente destruído no Q3 – de repente, ele estalou e eu não conseguia mais segurá-lo. Eu não estava pilotando bem”, descreveu na ocasião.

Em Baku, o australiano Daniel Ricciardo também não escapou do impacto do porpoising. Após a prova, o australiano foi visto deixando dolorosamente o cockpit da McLaren e se exercitando durante entrevistas.

A situação é tão desconfortável que os pilotos começam a expressar publicamente o incômodo. “Eu tenho sessões de fisioterapia antes e depois de cada sessão, porque minhas vértebras estão sofrendo. Você literalmente não tem suspensão. São apenas pancadas passando por sua coluna”, reclamou Pierre Gasly, da AlphaTauri, segundo o site Motorsport.com.

Segundo o francês, a questão foi discutida entre os pilotos, que querem uma solução rápida “para que não terminemos com uma bengala aos 30 anos”.

“A equipe me pergunta: ‘Podemos comprometer o acerto (do carro)?’. E eu comprometo minha saúde pelo desempenho. Sempre vou fazer isso, porque sou um piloto e busco o carro mais rápido que puder. Mas não acho que a FIA deveria nos colocar em uma situação onde devemos escolher entre saúde e desempenho.”

Emanuel Colombari

Emanuel Colombari é jornalista com experiência em redações desde 2006, com passagens por Gazeta Esportiva, Agora São Paulo, Terra e UOL. Já cobriu kart, Fórmula 3, GT3, Dakar, Sertões, Indy, Stock Car e Fórmula 1. Aqui, compartilha um olhar diferente sobre o que rola na F-1.