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O que muda na Fórmula 1 com a aposentadoria de Sebastian Vettel?

Emanuel Colombari

Imagem: Aston Martin F1
Imagem: Aston Martin F1

Os rumores de que Sebastian Vettel poderia se aposentar da Fórmula 1 no fim da temporada 2022 já vinham circulando há algum tempo. O alemão tem contrato com a Aston Martin até o final do ano, e a equipe fazia o possível para mantê-lo para 2023.

“Deixamos claro a ele que queríamos que ele continuasse conosco no ano que vem, mas no final ele fez o que acha certo para si e sua família, e é claro que respeitamos isso”, afirmou Lawrence Stroll, diretor-executivo do time britânico.

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Mas a independência de Vettel falou mais alto. Avesso às redes sociais, o alemão criou uma conta no Instagram e fez sua primeira publicação nesta quinta-feira (28): dois vídeos, em inglês e alemão, anunciando que deixa a Fórmula 1 no fim de 2022.

Ao longo de 15 anos, Vettel viveu muitas fases na Fórmula 1. Foi a jovem sensação de BMW-Sauber e Toro Rosso, foi o dominador campeão da Red Bull e foi a esperança que se desgastou na Ferrari. Mas foi a partir da passagem por Maranello – onde não chegou a cumprir as expectativas – que a Fórmula 1 viu um Vettel mais maduro.

Desde que chegou à Aston Martin em 2021, o alemão virou um coadjuvante nas pistas, mas se tornou um protagonista fora delas. Ganhou força como voz ativa no combate a preconceitos e em defesa a causas ambientais e às populações LGBTQIA+. Vettel se tornou um dos melhores nomes da Fórmula 1 justamente quando deixou de vencer.

O alemão vai embora com missões cumpridas. Vai cuidar da família e cumpre a missão de mostrar que pilotos não são apenas motoristas de carros velozes, mas também podem (e devem) dar exemplos em causas que consideram importantes. A partir de nomes como Sebastian Vettel e Lewis Hamilton, uma nova geração na F1 sabe ter um novo papel.

Uma exigente dança das cadeiras

Dito tudo isso, é preciso olhar também para termos práticos: o que muda com a saída de Sebastian Vettel no fim de 2022?

Os planos da Aston Martin são ambiciosos para os próximos anos. Em 2026, quando a F1 adotar um novo regulamento, a equipe quer chegar ao topo e brigar por vitórias e títulos. E a contratação de Vettel em 2021 foi parte importante desse processo.

“O conhecimento que adquirimos trabalhando com ele continuará a beneficiar nossa equipe muito tempo depois de sua partida”, afirmou Mike Krack. “Quando nos tornarmos totalmente competitivos - e seremos -, um dos arquitetos desse sucesso futuro será Sebastian, e sempre seremos gratos a ele por isso.”

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Difícil imaginar que Lance Stroll tenha condições de conduzir este processo, o que leva a crer que a equipe logo deve apostar em outro nome de destaque na categoria.

Fernando Alonso (Alpine) já foi especulado, mas as informações apontam para Mick Schumacher (Haas), indicando que o processo pode andar em um ritmo diferente do esperado - mesmo que o filho de Michael Schumacher venha a se mostrar um vencedor de corridas no futuro.

Independente de quem assumir, a responsabilidade na Aston Martin será grande. Assim como será grande a responsabilidade dos pilotos que estarão em 2023 com a comunidade da Fórmula 1.

Emanuel Colombari

Emanuel Colombari é jornalista com experiência em redações desde 2006, com passagens por Gazeta Esportiva, Agora São Paulo, Terra e UOL. Já cobriu kart, Fórmula 3, GT3, Dakar, Sertões, Indy, Stock Car e Fórmula 1. Aqui, compartilha um olhar diferente sobre o que rola na F-1.