8 pilotos que estiveram na mira, mas não correram pela Ferrari na Fórmula 1

Nomes como Ayrton Senna e Mika Hakkinen já fizeram parte dos planos da escuderia

8 pilotos que estiveram na mira, mas não correram pela Ferrari na Fórmula 1
Nem todo piloto que esteve na mira da Ferrari conseguiu de fato uma vaga no time
Scuderia Ferrari

Alguns anos atrás, pensar que Lewis Hamilton seria piloto da Ferrari parecia um daqueles exercícios de imaginação, do tipo “o que poderia ter sido”. Mas 2025 veio aí para trazer uma das maiores reviravoltas da história da Fórmula 1: a estreia do heptacampeão pela equipe de Maranello.

Transferências de tal magnitude são raras na F1, mas a Ferrari tem o poder de potencializar ainda mais este tipo de contratação. Nas últimas décadas, pilotos como Kimi Räikkönen, Fernando Alonso e Sebastian Vettel desembarcaram nos carros vermelhos - mas é provável que nenhum deles tenha o impacto que Hamilton terá na Ferrari, independente dos resultados.

Não é exagero: uma vaga na mais tradicional equipe da história da Fórmula 1 é algo que muda o patamar de qualquer piloto. "Todo piloto gostaria de poder pilotar para a Ferrari em um determinado momento de sua carreira. É um sonho”, afirmou Jenson Button, em 2023.

E Button sabe o que diz. O britânico, campeão mundial de 2009, foi um desses “e se” da história da Ferrari, perdendo a chance de vestir o macacão vermelho na reta final da carreira. Aliás, não só ele.

Ao longo dos anos, a escuderia contratou e consagrou alguns dos maiores nomes da história - mas também deixou de contar com nomes que não tiveram a chance de fazer história com o emblema do cavalinho rampante. E a gente te lembra aqui oito nomes:  

Stirling Moss

No início da década de 1950, Stirling Moss começou a atrair a atenção do automobilismo europeu com bons desempenhos em provas no Reino Unido e em países vizinhos. Assim, em 1950, ganhou a chance de estrear em provas extracalendário pela HWM. No melhor momento, foi terceiro em Bari (Itália).

O bom desempenho valeu um convite de Enzo Ferrari para que Stirling Moss corresse pela marca italiana o GP de Bari de 1951, com um Fórmula 2. O britânico aceitou, mas teve uma surpresa ao chegar à prova: os italianos decidiram escalar Piero Taruffi no lugar do convidado. Moss então jurou que nunca mais aceitaria um convite de Enzo Ferrari.

Nos anos seguintes, fez carreira na F1 com quatro vice-campeonatos consecutivos (1955, 1956, 1957 e 1958). Entre o fim da década de 1950 e o começo dos anos 1960, Moss até chegou a correr provas extraoficiais com carros esportivos da Ferrari. Enzo Ferrari deu o braço a torcer e prometeu a ele um carro para 1962, mas o britânico se aposentou das pistas após um grave acidente sofrido no começo daquele mesmo ano.

Ayrton Senna

Foram vários os flertes entre Ayrton Senna e a Ferrari, especialmente no começo da década de 1990.

Em 1990, o então chefe de equipe da escuderia italiana, Cesare Fiorio, chegou a um acordo para ter o brasileiro titular em 1991. Mas o acerto foi vetado por Piero Fusaro, então presidente da marca, atendendo a um veto de Alain Prost – que chegara ao time no começo de 1990 e decidiu permanecer em 1991.

O francês acabou dispensado na reta final do campeonato de 1991, mas Senna só deixou a McLaren no fim de 1993, quando foi para a Williams. Segundo Jean Todt, então chefe de equipe, o tricampeão ainda se ofereceu para correr em 1994, mas a escuderia tinha contratos com Gerhard Berger e Jean Alesi.

Senna morreu no GP de San Marino de 1994. Mas era nome novamente cotado para correr na Ferrari a partir de 1996.

Mika Hakkinen

Com cinco títulos mundiais consecutivos entre 2000 e 2004, ninguém tem dúvidas de que Michael Schumacher foi o maior piloto da história da Ferrari na Fórmula 1. Mas este cenário poderia não ter acontecido.

O documentário Schumacher (2021), da Netflix, revela que o alemão enfrentou desconfiança na Ferrari no final da década de 1990. Na época, os títulos insistiam em não vir, e Schumacher se viu superado em sequência por Damon Hill (1996), Jacques Villeneuve (1997) e Mika Hakkinen (1998 a 1999).

O finlandês da McLaren chegou a ter o nome debatido na Ferrari, que optou por manter Michael Schumacher. A partir de 2000, a aposta mostrou ter valido a pena.

Robert Kubica

O polonês chegou à F1 no decorrer da temporada 2006, substituindo o dispensado Jacques Villeneuve na BMW-Sauber, e logo deixou causou boa impressão. Conquistou um pódio ainda no primeiro ano, fez sexto no Mundial de 2007 e quarto em 2008, quando venceu sua primeira corrida.

Quando a BWM deixou a F1 no fim de 2009, Kubica logo se arrumou com a Renault. Fez um 2010 promissor, mas teve que deixar o grid após um gravíssimo acidente no começo de 2011, o que praticamente encerrou sua carreira. Só voltou a ser titular em 2019, em um ano apagado com a Williams.

Não fosse o acidente, Kubica teria sido titular da Ferrari a partir de 2012. O polonês assinou contrato em 2010 e seria companheiro de Fernando Alonso. Sem ele, Felipe Massa permaneceu até o fim de 2013.

Mark Webber

O australiano construiu uma reputação sólida na Fórmula 1, com passagens por Minardi (2002), Jaguar (2003 a 2004), Williams (2005 a 2006) e Red Bull (2007 a 2013). No fim da carreira, no entanto, abriu mão de uma última chance na Ferrari.

Na autobiografia Aussie Grit, lançada em 2015, Webber afirmou ter mantido conversas com a cúpula da Ferrari para ser companheiro de Fernando Alonso em 2013. A contratação tinha o aval de Stefano Domenicali, então chefe de equipe da Ferrari, de Flavio Briatore, então empresário de Webber, e do próprio Alonso.

No entanto, o australiano queria um contrato de dois anos, enquanto a Ferrari oferecia um compromisso de apenas um ano. Como sabia que a Red Bull vinha observando outros pilotos (inclusive Lewis Hamilton, segundo ele), optou por ficar onde estava. A Ferrari manteve Felipe Massa no posto, contratando Kimi Raikkonen como substituto a partir de 2014.

Sergio Pérez

Outro nome que esteve na lista da Ferrari em 2014 foi Sergio Pérez. O mexicano vinha de duas temporadas pela Sauber, conquistando impressionantes resultados em 2011 - faturou três pódios e terminou o Mundial de pilotos na décima posição.

Como era integrante da Academia de Pilotos da Ferrari desde 2010, Checo era visto como um candidato natural a uma vaga na escuderia. Ao mesmo tempo, era um nome em alta no mercado.

No fim de 2012, quando Lewis Hamilton trocou a McLaren pela Mercedes, a equipe britânica correu para contratar o mexicano. A Ferrari ainda pediu para ele permanecer mais um ano na Sauber, com a promessa de uma vaga vestindo vermelho em 2014. Não rolou.

Jenson Button

A gente já contou essa história, mas vale relembrar. Em 2013, o britânico estava na McLaren e conversou com a Ferrari sobre uma vaga no time, que tinha Fernando Alonso e Felipe Massa como titulares.

Em 2014, Kimi Raikkonen substituiu o brasileiro, mas as negociações com Button avançaram e pareciam bem encaminhadas para o futuro. No entanto, Domenicali deixou a Ferrari em abril daquele ano, e as chances do britânico em Maranello ficaram pelo caminho.

“Quando Domenicali estava lá, conversamos várias vezes. Já havíamos conversado sobre muitos pontos do contrato, mas ele saiu e o acordo acabou”, disse Button em entrevista ao jornal Gazzetta dello Sport publicada em 6 de maio de 2023. “Uma pena. Teria sido emocionante.”

Daniel Ricciardo

Daniel Ricciardo deixou a Red Bull no fim de 2018 e foi para a Renault, uma negociação que tirou do rumo a carreira do australiano. Mas ele teve a chance de trocar a equipe francesa pela Ferrari no fim de 2020.

Em 2020, a Ferrari anunciou que Sebastian Vettel deixaria o time no fim do ano - o que deu início a intensas negociações entre equipes. Em maio daquele ano, Ricciardo admitiu que teve “conversas” com os dirigentes de Maranello.

No entanto, a escuderia optou pelo nome de Carlos Sainz, então na McLaren - que contratou o próprio Ricciardo. “Vejo que Carlos é adequado para o time, então não fico pensando ‘por que não eu?’”, afirmou o australiano à época.

Tópicos relacionados

Notícias

Carregar mais