Fernando Alonso terá 43 anos ao fim de 2024, quando termina seu contrato com a Aston Martin. Mas ainda não sabe se será o momento de se aposentar da Fórmula 1.
Em entrevista publicada nesta quinta-feira (4) pelo site da revista alemã Auto Motor und Sport, o espanhol afirmou que vai avaliar o desempenho ao longo do ano – em especial, os reflexos do calendário com 24 provas, o maior da história da categoria.
“No próximo ano, verei como são 24 corridas. Se tiver a sensação de que não sou mais capaz para realizar o que espero de mim mesmo, serei o primeiro a levantar a mão. O momento ainda não chegou”, afirmou.
O próprio bicampeão, que estreou na F1 em 2001 pela antiga Minardi, mostra surpresa com a longevidade no grid. “Quando assinei com a McLaren por três anos em 2007, pensei: esse foi meu último contrato.”
Depois de correr pela Minardi, Alonso foi para a Renault. Trabalhou como piloto de testes em 2002, antes de ser titular entre 2003 e 2006, conquistando os títulos de 2005 e 2006.
Alonso passou pela McLaren em 2007 e voltou à Renault em 2008 e 2009. Mais tarde, correu por Ferrari (2010 a 2014) e McLaren (2015 a 2018), aposentando-se da categoria pela primeira vez. No entanto, voltou em 2021 pela Alpine (novo nome da Renault) e chegou à Aston Martin em 2023 para substituir Sebastian Vettel.
Em 2023, Alonso foi o quarto colocado do Mundial de pilotos, com 206 pontos. Com oito pódios, o espanhol teve aquela que classificou como a “melhor temporada desde 2012”, quando foi vice-campeão com a Ferrari. E admitiu a surpresa com o desempenho da Aston Martin.
“Foi uma experiência nova para esta equipe lutar constantemente no topo do pelotão. E fizemos muito melhor do que esperávamos”, declarou também.
Apesar dos bons resultados, a temporada foi de altos e baixos para a Aston Martin. Alonso conquistou seis pódios nas oito primeiras corridas, mas apenas dois nas últimas 14, enfrentando o crescimento de rivais como Mercedes, Ferrari e McLaren.
Para o espanhol, o time demorou a reagir, especialmente porque a leitura dos carros se tornou mais complexa. “Depois do México entendemos muitas coisas muito melhor”, afirmou, em referência à 19ª das 22 provas do ano.
“Esses carros são mais difíceis de entender porque o feedback do piloto não é mais tão claro. Às vezes, o equilíbrio do carro não está certo e você acaba em terceiro. Outras vezes, você sente que está no carro bem e termina em 14º lugar. Tornou-se muito mais complicado filtrar fatores individuais para um determinado comportamento de direção. No passado, você poderia dizer com muito mais precisão se o problema vinha da aerodinâmica, do chassi ou dos pneus”, acrescentou.