Chefe da Aston Martin elogia limitação de gastos para as equipes em 2022: “engenheiros inteligentes vão ter sucesso”

A escuderia inglesa vive uma temporada aquém das expectativas por conta das mudanças da FIA nas regras de aerodinâmica

Da Redação

Otmar Szafnauer, chefe da Aston Martin Aston Martin
Otmar Szafnauer, chefe da Aston Martin
Aston Martin

A Aston Martin não conseguiu uma performance que pode ser considerada positiva em 2021. Por ser uma equipe intermediária e que usa o motor da Mercedes – um dos mais eficientes da Fórmula 1 –, havia a expectativa de que ela brigasse pela quinta posição do mundial de construtores com a Alpine (motor Renault) e com a AlphaTauri (motor Honda, o mesmo da Red Bull), mas a diferença para as adversárias é significativa.

O rendimento da escuderia inglesa pode ser explicado pelas mudanças promovidas pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo) na aerodinâmica. Foi colocado um limite de tamanho no assoalho e nas aletas do difusor, o que prejudicou a aderência dos carros “low rake” – no caso a Mercedes e a Aston Martin.

A iniciativa da FIA foi criticada neste domingo (14) por Otmar Szafnauer, chefe da Aston Martin, no programa Show do Esporte.

“O que aconteceu neste ano foi uma coisa muito ruim. Foi a primeira vez na história da Fórmula 1 que o regulamento de carros foi congelado, mas depois disso a FIA fez uma mudança unilateral na aerodinâmica e todas as equipes não conseguiram se adequar às mudanças que a FIA fez. Infelizmente, as alterações tiveram um impacto muito grande nos low rake e os carros são a Aston Martin e a Mercedes”, afirmou Szafnauer.

O “rake” é a angulação do carro em relação ao chão. Se o carro tem um bico mais próximo do chão e uma traseira mais alta, é considerado “high rake” – como o da Red Bull. Isso ajuda a “pregar” o veículo no chão e ganhar velocidade nas curvas, mas perde em estabilidade. O contrário, ou seja, bico mais distante do chão e traseira mais baixa (“low rake”) faz com que o carro ganhe em estabilidade em todas as circunstâncias, especialmente nas retas.

A expectativa é de que essa diferença do “rake” seja bem menos acentuada em 2022 com a mudança do regulamento da Fórmula 1.

“Os carros de 2022 vão ser completamente diferentes. As ferramentas que nós usamos para desenvolver o carro deste ano vão com certeza nos ajudar para o carro do ano que vem. O processo de trabalho das pessoas e o espírito de equipe com certeza vão ajudar para o ano que vem”, contou o chefe da Aston Martin.

Entre as várias novidades para 2022, três são consideradas chaves para a nova era que a FIA pretende iniciar na categoria: novo regulamento financeiro com teto de gastos, aumento no peso dos carros e mudanças na aerodinâmica – a fim de resolver o problema de turbulência. Com isso, a expectativa é de que as equipes intermediárias “encostem” naquelas que investem altas cifras – como Mercedes, Ferrari e Red Bull –, tornando a Fórmula 1 mais nivelada e competitiva.

“Eu acho que a limitação de gastos será positiva para a Fórmula 1, porque o valor de vencer na Fórmula 1 é tão alto que nós sempre vamos tentar gastar o dinheiro que nós não temos. Isso é uma coisa muito perigosa”, disse Szafnauer, que ainda comparou a situação com o fato de ter um cartão de crédito para gastar o dinheiro que não tem.  

Ele ainda completou: “O benefício disso é que os engenheiros inteligentes, não só os ricos, vão ter sucesso”.

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