Charles Leclerc espera que a Fórmula 1 adote regras mais específicas a respeito de viseiras e sobreviseiras na categoria. Não por acaso, a queixa do monegasco da Ferrari vem na esteira do Grande Prêmio da Bélgica.
Logo nas primeiras voltas da prova de Spa-Francorchamps, Max Verstappen (Red Bull) tirou uma camada de proteção do equipamento que usava e jogou na pista. A película foi parar no carro que vinha logo atrás – justamente o de Leclerc.
A sobreviseira acabou presa no duto de freio da roda dianteira direita, o que levou a um aquecimento do freio do carro de Leclerc. O monegasco precisou parar nos boxes ainda na quarta volta, sob safety car, para limpar a área afetada, e aproveitou para trocar os pneus. Assim, o incidente atrapalhou a estratégia do piloto, que terminou apenas na sexta colocação. Verstappen venceu.
“Acho que será bom se acharmos uma solução para talvez mantermos a sobreviseira dentro do carro”, disse Leclerc ao site Motorsport.com, em declarações publicadas nesta quinta-feira (1).
Na ocasião do GP da Bélgica, diversos pilotos repetiram o gesto de Verstappen e também atiraram as películas na pista ainda nas voltas iniciais, afetados por fluídos que escaparam da Mercedes de Lewis Hamilton após o acidente do britânico com Fernando Alonso, da Alpine.
“Nesta situação particular (do acidente de Hamilton e Alonso), acho que alguém estava perdendo óleo ou algo parecido. Eu não conseguia ver nada com minha viseira, e os pilotos na frente não conseguiam ver nada pelas próprias viseiras. Então acontece que, na primeira oportunidade, tivemos que tirar a sobreviseira, e foi na reta. Eu me encontrei em meio a um monte de sobreviseiras voando, e neste caso, você não consegue fazer muita coisa como piloto”, descreveu.
Leclerc assegurou ainda não estar aborrecido com Verstappen e isentou todos os pilotos de culpa. “Mas precisamos procurar uma maneira de manter as sobreviseiras em algum lugar no carro”, completou.
Em 2016, a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) determinou que as películas precisariam ser guardadas dentro do cockpit. No entanto, os pilotos reclamaram, e o diretor de provas Charlie Whiting alegou que haveria mais risco para os corredores se tentassem guardar as películas dentro do carro, abortando o plano.