Fórmula 1

Verstappen diz que saída de Masi da F1 foi injusta e inaceitável

Em Barcelona para os testes de pré-temporada da F1, holandês da Red Bull sai em defesa de ex-diretor de corridas da FIA

Da redação

Max Verstappen na pré-temporada de Barcelona Red Bull Racing
Red Bull Racing

Em entrevista na manhã desta quinta-feira, no circuito de Barcelona, palco da pré-temporada da F1, o campeão Max Verstappen taxou de "injusta e inaceitável" a demissão de Michael Masi do posto de diretor de corridas da Federação Internacional de Automobilismo (FIA). Masi foi sacado do cargo após críticas sobre a forma como conduziu as últimas voltas do GP de Abu Dhabi, que decidiu o campeonato de 2021. 

"Eu acho muito injusto o que aconteceu com Michael. Ele foi jogado aos leões. Em primeiro lugar, acho inaceitável tirarem ele do cargo assim. Sinto muito por Michael, pois penso que ele era muito capaz e um bom diretor de corridas. Nada contra os novos diretores, que também são capazes e bons no que fazem. Mas, pessoalmente, e por Michael, eu sinto muito. Até mandei uma mensagem para ele", revela Verstappen à Autosport.

Max argumenta que assim como ele no início de carreira na F1, Masi precisava de mais tempo e experiência no cargo, e que ainda era um desafio ainda maior assumir uma posição que foi por tanto tempo de Charlie Whiting, lendário diretor de provas da FIA, falecido em 2019 às vésperas do GP da Austrália. 

“Após a morte do Charlie (Whiting) foi muito complicado para alguém assumir o trabalho, porque ele era muito experiente após tantos anos. E talvez o Michael precisasse de mais tempo, pois todo mundo precisa de mais experiência. Quando eu cheguei nesses esporte, eu era um completo novato. Mas eu sou muito melhor hoje do que era naquela época, e acho que é a mesma coisa com o Michael. Então sacá-lo assim, para mim, não é a decisão correta. Mas desejo a ele o melhor, no que quer que seja, e espero que seja melhor do que ser diretor de corridas da F1”, diz. 

O presidente da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), Mohamed Ben Sulayem, anunciou nesta quinta-feira (17) a saída de Michael Masi do cargo de diretor de provas da Fórmula 1.

A saída vem em meio ao que Ben Sulayem chamou de “plano” para “mudanças estruturais”. O australiano, que ficou no cargo por três temporadas, deve assumir um novo posto dentro da FIA.

Já a partir desses testes de pré-temporada em Barcelona, a função está sendo dividida pelo alemão Niels Wittich (ex-diretor de provas da DTM) e pelo português Eduardo Freitas (que exerceu a função no Mundial de Endurance). Herbie Blash, que acompanhou Whiting por muito tempo, auxiliará a dupla como conselheiro sênior permanente.

Em seu pronunciamento, Ben Sulayem afirmou que os procedimentos para que retardatários descontem voltas atrás do safety car – como aconteceu com os pilotos que estavam entre Hamilton e Verstappen em Yas Marina – “serão reavaliados pelo Comitê Consultivo Esportivo da F1 e apresentados à próxima Comissão da F1 antes do início da temporada”.

Decisões pacíficas

Além da saída de Masi, a FIA ainda anunciou a criação de uma Sala de Controle Virtual de Corridas, adotando um sistema semelhante ao do VAR no futebol, com registros realizados ao longo dos circuitos para ajudar o diretor de provas da F1 “a aplicar os regulamentos esportivos usando as mais modernas ferramentas tecnológicas”.

A FIA também decidiu cancelar as comunicações via rádio entre chefes de equipe e o diretor de provas, que até 2021 eram exibidas nas transmissões oficias de TV. Assim, a entidade acredita “proteger o diretor de provas de quaisquer pressões e permite a ele tomar decisões pacificamente”, diz Ben Sulayem. As equipes poderão questionar o diretor, mas seguindo um critério “bem definido e não-intrusivo”.

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