A Fórmula 1 pode ganhar no futuro novas escuderias ou novas empresas dedicadas para a fabricação de motores. A possibilidade foi confirmada pelo diretor esportivo da categoria, Ross Brawn, que citou o interesse do Grupo Volkswagen em entrar para a F1 – em parceria ou com a Audi e ou com a Porsche (ou com ambas).
“Não é nenhum segredo dizer que a Volkswagen com a Porsche e a Audi estão olhando de perto a Fórmula 1 e isso [os novos motores] é uma das razões pelas quais eles estão interessados. E eu acho que haverá mais, então não há descanso para os ímpios, eu temo!”, disse o dirigente em uma palestra da Semana Online da Indústria Automobilística, promovida pela Racer/Epartrade.
No início de outubro, a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) e a Fórmula 1 anunciaram que desejam implementar uma nova geração de unidades de potência em 2025, com motores 100% sustentáveis.
A expectativa é de que em 2025 as equipes utilizem novos combustíveis criados em laboratórios sem forçar a modificação dos motores. Esses combustíveis serão feitos com lixo municipal e biomassa orgânica, evitando cerca de 65% das emissões de gases proporcionadas por derivados de fósseis, como petróleo.
“Todos nós conhecemos este enorme desafio ambiental que todos enfrentamos, mas eu sei, pela minha experiência na Fórmula 1, que se você definir para as 10 equipes um desafio e torná-lo esse desafio competitivo... Então, o que estamos discutindo são os combustíveis sustentáveis”, revelou Brawn.
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Ele ainda completou: “No máximo em 2026 - e talvez até antes - você terá que competir com um combustível sustentável, em outras palavras, um combustível líquido de carbono zero”.
A iniciativa sustentável tem dois objetivos: atingir a meta de zero emissão de carbono em 2030 e fazer com que a Fórmula 1 seja um “laboratório” dos combustíveis que serão utilizados pelos carros de passeio, no dia-a-dia. Por isso, o interesse de novos grupos, como a Volkswagen, tem crescido.
“A eletrificação [dos carros] tem o seu lugar, mas acreditamos que os combustíveis sustentáveis têm o seu lugar. Há um bilhão de veículos, talvez dois bilhões de veículos na estrada atualmente e você não pode se livrar deles, então a menos que encontre algo que possa ser aplicado a esses veículos, você não terá o impacto que você quer”, afirmou Brawn, que ainda completou.
“Acreditamos que a Fórmula 1 pode ser um exemplo de como um combustível sustentável pode ser criado e usado, e isso é uma grande coisa em que estamos trabalhando agora. É realmente por isso que estamos vendo os fabricantes terem um interesse muito mais forte no esporte, porque eles podem ver o valor desse envolvimento”.
Segundo previsão da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), a expectativa é que, em 2030, a frota global de carros, vans, ônibus e caminhões elétricos será de 145 milhões.