
O final de semana do Grande Prêmio do Bahrein será marcado por uma importante movimentação nos bastidores da Fórmula 1: uma reunião entre fabricantes de motores para discutir a volta dos V10, que entraram no grid em 1989 e foram utilizados pela última vez em 2006.
A questão reunirá representantes de Mercedes, Honda, Audi, Ferrari, Red Bull e Ford – as duas últimas são parceiras no desenvolvimento das unidades de potência de Red Bull e Racing Bulls para a temporada 2026. A Renault, embora esteja inscrita para 2026, não fornecerá motores para nenhuma equipe, já que a Alpine correrá com motores da Mercedes.
Mas o que os pilotos pensam desta possível mudança? Confira opiniões:
Sainz aprova V10, mas diz que V6 tem apoio
Um possível do retorno dos motores V10, substituindo os atuais V6, ainda não está definido. Mas o grid atual se mostra aberto à novidade, embora com ressalvas.
“Eu não verbalizaria muito o apoio à volta do motor V10 se eu gostasse do que vi para 2026. Mas como eu não gosto muito do que vejo para 2026 em termos de como o carro estará, de como o motor estará, de como tudo vai funcionar, eu diria: sim, eu gostaria do motor V10 com alguns ajustes para voltar mais cedo ou mais tarde”, defendeu Carlos Sainz, da Williams.
“Ao mesmo tempo, não é justo não dar uma chance a esses regulamentos, se todos acreditam que eles são tão bons. Mas todos parecem acreditar que eles (motores V6) não são mais tão bons, e é por isso que todo mundo está falando sobre isso (motores V10) de novo. Então, é um pouco estranho, não? Vamos ver no que dá. Não depende de mim. É política. Os chefões decidirão”, completou.
V6 ou V10? Antonelli pede motores confiáveis
Andrea Kimi Antonelli, por sua vez, acredita que o V10 seria “legal”. Mas torce para que, antes de mais nada, uma mudança de motores seja boa para os pilotos.
“Este é obviamente um tópico amplo. O V10 soa incrível, então isso seria definitivamente legal. Mas acho que, como piloto, o que você quer é algo que te dê boa pilotagem, que seja consistente e que dure. Acho que o nível que o motor alcançou agora é muito incrível, porque você pode andar com ele de pé embaixo a corrida toda durante toda a corrida e por muitas corridas. Acho que, como piloto, você só quer algo que seja confiável e que tenha boa dirigibilidade”, disse o italiano da Mercedes.
Piastri rechaça nostalgia: ‘Vou pilotar o que me derem’
Oscar Piastri acredita os pilotos “têm um importante papel para tentar fazer com que o regulamento do ano que vem dê certo”. O australiano da McLaren reconhece que há muita nostalgia a respeito de um possível retorno dos V10, mas acha que o desempenho dos V6 não seria problema para pilotos, equipes e fãs.
“Acho que precisamos tentar fazer o melhor trabalho possível para tornar o esporte emocionante, tornar o carro o mais divertido possível de dirigir, tornar as corridas boas. Obviamente, há muito romantismo nos motores V10. Eu ainda não tinha idade suficiente para ouvi-los quando corriam, então talvez não tenha a mesma nostalgia. Mas ainda seria algo legal de se ter, é claro”, disse Piastri.
“Acho que entrar em um novo conjunto de regulamentos já falando sobre outra eventualidade potencial — só precisamos ser um pouco cautelosos e não subestimar o que teremos nos próximos anos. Vou pilotar qualquer coisa que me derem. Sou um piloto de Fórmula 1 e sempre ficarei feliz em pilotar no ápice do esporte. Mas vamos esperar para ver”, completou.
Para Ocon, problema do V6 é o turbo
Para Esteban Ocon, há dois pontos de vista em questão: a potência e o som dos V10, frente aos componentes híbridos que a Fórmula 1 tem se empenhado em adotar.
“Sim, falta som (nos V6). Não é o som que amávamos quando éramos jovens, é verdade. Mas, sabe, ninguém pensou em ter um motor naturalmente aspirado com um sistema híbrido como fazem em alguns carros de rua”, afirmou o francês da Haas.
“O problema é o turbo. É ele que tira o som do carro”, completou.
Stroll: O importante é manter o carro leve
Lance Stroll, por sua vez, optou por analisar de maneira breve a questão.
“Os V10 soam bem. Acho que o mais importante é manter o carro leve. Carros leves são mais divertidos de pilotar. Eles ficaram mais e mais pesados com o passar dos anos. Então, (a mudança dos motores) é algo para se ter em mente mais adiante”, avaliou o canadense da Aston Martin.