Historicamente a maioria da torcida do Botafogo é tida como pessimista, adepta ao discurso “ó céus, ó azar”, só que chegou a hora de olhar o copo meio cheio neste Campeonato Brasileiro.  E os alvinegros sentem esse momento. Há quase dois meses o time não sabia o que era vencer como mandante na Série A e o 2 a 0 em cima do Coritiba, no último sábado (17), ficou ainda mais simbólico.

Três jogadores são fundamentais neste processo de otimismo do Glorioso. Desde a chegada de Marçal à lateral-esquerda o clube passou a ter um jogador de prateleira alta do futebol nacional. E são os números que dizem isso. Marçal lidera scouts dentro do elenco em quesitos como cruzamentos, passes decisivos e interceptações. 

No meio, Eduardo dá o tom de equilíbrio necessário, fazendo Patrick de Paula sequer ser lembrado pelo torcedor. E convenhamos: ninguém é Bola de Bronze do Mundial de Clubes por acaso. E Eduardo foi em 2019 pelo Al Hilal, da Arábia Saudita.

Lá na frente, em pouco tempo, Tiquinho Soares calou críticos e viúvas de Erison – eu fui um desses – mostrando que é acima da média.  Desde a estreia contra o Fortaleza, o centroavante está invicto no Botafogo. O recorte de 3 jogos ainda é pequeno. São 7 pontos em 9 disputados (aproveitamento de 88%), com 5 gols marcados e apenas 1 sofrido e mais do que isso: Tiquinho ajuda no sistema defensivo, sendo peça chave de Luís Castro nas bolas paradas adversárias.

Já critiquei muito o técnico português do Fogão, mas ele começa a dar corpo para a equipe. É inegável. O Botafogo tem 34 pontos, na 10ª posição, a apenas 5 pontos do G-8, de possível Pré-Libertadores, e a 6 do Z-4. Literalmente o meia da tabela. E agora resta saber do torcedor alvinegro: o copo está meio cheio ou meio vazio?