A corrida foi o esporte mais praticado no mundo em 2024, segundo o Relatório Anual sobre Tendências de Esportes do Strava, que ainda afirma que o Brasil é o segundo país com o maior número de atletas, somando mais de 19 milhões.

O relatório da plataforma também mostrou um crescimento de 109% de clubes de corrida em solo brasileiro – praticamente o dobro da média global (59%). Além disso, um aumento de 9% no número de maratonas, ultramaratonas e percursos de longa distância em 2024.

Mas será que todo esse aumento é ‘moda’ ou realmente estamos vendo um ‘estilo de vida’ abrangendo cada vez mais pessoas?

'Running era'

Especialistas já chamam o momento de ‘Running era’ (tradução livre: a era do correr ou a era da corrida). Buscar pelo termo nas principais redes sociais é garantir, na certa, milhares de resultados com fotos e vídeos de pessoas correndo, dando dicas sobre a modalidade, posando com suas medalhas e uma infinidade de conteúdos sobre corrida.

Só no último ano, tivemos mais de 150 mil provas de corrida de rua no Brasil e estima-se que esse número aumente em mais de 40% em 2025. Isso não apenas por ser um dos assuntos de maior presença nos ‘feeds’, mas a corrida se tornou uma ferramenta de socialização, com a criação de grupos/clubes de corrida, chamados de ‘crews’. Pessoas têm usado o esporte para se conectar com outras pessoas e até para comemorar eventos importantes: como aniversários.

Running crews

Os clubes de corrida ou ‘running crews’ têm uma longa história que remonta ao início do século 19. O primeiro clube de corrida conhecido no mundo, o Thames Hare and Hounds, foi fundado em 1868 em Londres, na Inglaterra, promovendo o esporte como uma atividade social naquela época. Ao longo das décadas, os clubes de corrida se espalharam pela Europa e América do Norte e depois em diversas partes do mundo, inicialmente atraindo corredores competitivos, mas gradualmente atraindo um público mais amplo que buscava apoio, motivação e camaradagem. Ou seja, os grupos de corredores já se reuniam muito antes do advento internet, porém em menor escala e menos expostos.

A rede social e as plataformas online permitem que os corredores se conectem mais rápido que no passado, organizem eventos mais frequentes e acompanhem o progresso uns dos outros diariamente, tornando a corrida mais acessível e inclusiva.

Hype ou saudável?

Quando perguntamos aos corredores por que começaram a correr, mais de 80% dizem: “Comecei para emagrecer e depois me fez tão bem mentalmente que não consegui mais parar.”

O fator saúde ainda parece ser o que mais pesa na decisão de correr, mas em tempos pós pandemia, a saúde mental pesa muito mais.

Aliás, não podemos deixar de ressaltar que a corrida teve o seu ‘boom’ em tempos de pandemia. O tema ‘rotina saudável’ tomou proporções absurdas. No dia a dia, começamos a ter ainda mais informações sobre a importância do esporte e da alimentação na prevenção de diversas comorbidades. Dentro disso, a corrida ganhou um espaço gigantesco por ser um esporte democrático e possível de praticar ao ar livre, onde e quando quisermos.

Bora correr?

Calma! Correr não é sair correndo! É preciso saber começar a correr. 

Parece estranho afirmar isso, mas se você gosta da ideia de colocar a corrida na sua vida, faça uma avaliação física e verifique se está tudo bem com a sua saúde. 

Outro ponto: a caminhada é a preparação para a corrida. “Se você pretende correr, comece caminhando em qualquer hora ou lugar, de maneira gradativa”, conta o preparador físico Marcos Paulo Reis.

Além disso, o nosso corpo é uma máquina e precisa de cuidados e descansos diários. Alterne os dias de corrida com caminhada e dê preferência para o esporte no máximo três vezes por semana. 

O ideal é praticar exercícios físicos com orientação de um especialista. Ele será responsável por avaliar as suas condições físicas e garantir a sua melhora no esporte.