O Corinthians foi condenado pela Fifa a pagar US$ 9,4 milhões (cerca de R$ 55 milhões) pelas contratações de Rodrigo Garro e Félix Torres, mas não sofreu transfer ban (proibição de registrar novos atletas) porque ingressou com recurso na Corte Arbitral do Esporte (CAS), última instância para esses casos.
As condenações foram publicadas nesta segunda-feira (3) no site da Fifa, mas são referentes a decisões tomadas em setembro e outubro de 2024.
À época, a Fifa deu o prazo de 45 dias para o Timão efetuar os pagamentos ao Talleres, da Argentina, e ao Santos Laguna, do México, que moveram as ações contra o clube paulista. Como entrou com recurso na CAS, os brasileiros não sofreram o transfer ban.
No entanto, caso a Corte Arbitral do Esporte, última instância nesses casos, considere o Corinthians culpado nas duas transferências, o Timão precisará quitar os valores para não ficar impedido de registrar novos jogadores.
Julgamentos na Corte Arbitral do Esporte podem levar até mais de um ano para acontecer.
Ou seja, por ora, o Corinthians não corre risco de transfer ban. Mas, caso o clube seja condenado na última instância (CAS), ficará proibido de registrar novos jogadores se não quitar os valores com Talleres-ARG e Santos Laguna-MEX.
Entenda os casos
No caso de Garro, a decisão tomada pela Câmara do Estatuto do Jogador da Fifa conclui que o Corinthians tem de pagar ao Talleres a quantia de US$ 3.612.000 (R$ 21,1 milhões) acrescidos de juros, além de uma indenização de US$ 722,4 milhões (R$ 4,2 milhões) por "penalidade contratual".
Em nota, o Corinthians reforçou que o acordo entre as partes não previa os valores cobrados pelo Talleres, como custos operacionais.
"Como o valor acordado era bruto, o Corinthians efetuou o pagamento da primeira parcela com a dedução dos impostos incidentes sobre a remessa bancária internacional. No entanto, o clube argentino não concordou com essa forma de pagamento e recorreu à Fifa", diz o comunicado, em que o clube também afirma estar "conduzindo a questão dentro dos trâmites legais, respeitando todas as instâncias e confiante em uma solução justa para ambas as partes".
Já a dívida cobrada pelo Santos Laguna, pela negociação de Félix Torres, é de US$ 6 milhões (R$ 35,2 milhões). O clube mexicano alega que recebeu apenas a primeira parcela da compra, no valor de US$ 2 milhões, de um total de US$ 6,5 milhões a serem pagos pelos corintianos.