A Trackhouse Racing se tornou uma atração da Nascar Cup Series nos últimos anos com uma iniciativa ousada: atrair pilotos de renome internacional para participações pontuais em provas da competição norte-americana. É o chamado Projeto 91, que coloca convidados para pilotar o Chevrolet Camaro de número 91 da equipe na competição de stock cars.
A história começou em 2022, quando Kimi Raikkonen disputou a etapa de Watkins Glen. No ano seguinte, o finlandês voltou ao carro para correr no Circuito das Américas em Austin – foi 37º na estreia e 29º na segunda experiência.
Ainda em 2023, foi a vez de Shane van Gisbergen, que vinha do título de 2022 na Supercars, a principal categoria de carros de passeio do automobilismo australiano. E o neozelandês não decepcionou: estreou na Nascar vencendo a etapa de Chicago e voltou à pista no circuito misto de Indianápolis, conquistando o décimo lugar.
Em 2025, o convidado é mais um nome bastante conhecido: Helio Castroneves, quatro vezes vencedor das 500 Milhas de Indianápolis. O brasileiro busca uma vaga no grid da Daytona 500, etapa que abre a temporada em fevereiro.
“Toda vez que nós vamos para a pista, nós vamos para a pista tentar vencer. Mas eu já disse isso algumas vezes: nós tentamos levar grandes histórias para os fãs. E isso está alinhado com a estratégia da companhia”, explicou Justin Marks, um dos proprietários da equipe, em entrevista coletiva.
Ex-piloto da Nascar Cup Series, com participações discretas entre 2013 e 2018, Marks criou a Trackhouse em 2020 ao comprar outra equipe, a Leavine Family Racing. Mais tarde, atraiu sócios: o rapper Pitbull embarcou em 2021, e o grupo Avenue Sports Fund chegou em 2024. Logo vieram aventuras em outras categorias, entrando no grid da MotoGP em 2024 e da IMSA em 2025.
Na Nascar, o time conquistou cinco vitórias desde 2022, todas com Ross Chastain. Ainda não foi suficiente para desafiar rivais como a Penske, a Hendrick Motorsports e a Joe Gibbs Racing. Mas o desempenho ajudou a construir uma reputação sólida o suficiente para atrair pilotos renomados – entre eles, Helinho.
Uma negociação que, segundo Justin Marks, não foi difícil. “Foi muito empolgante. Eu liguei para Helio e disse: ‘Eu não tenho 100% de certeza (de conseguir um carro extra), mas diga que você quer e eu posso continuar indo atrás’. Ele disse que sim e conseguimos resolver tudo”, disse o dirigente. “Quando desliguei o telefone, ficou claro de que este era um cara que ficaria empolgado, dedicado e que vai se empenhar.”
Nascar, MotoGP... E 500 Milhas de Indianápolis?
Durante a entrevista coletiva, Marks deixou claro que o Projeto 91 é “um projeto de paixão”, mas garante que não arriscaria a estrutura da Trackhouse para colocá-lo em ação. Por isso, assegura muita cautela a respeito da possibilidade de realizar um sonho: colocar um carro nas 500 Milhas de Indianápolis.
“Em 1995, meu pai me levou às 500 Milhas de Indianápolis. Eu sentei nas arquibancadas e assisti à vitória de Jacques Villeneuve. Fiquei muito cativado pelas 500 Milhas de Indianápolis. Foi naquele momento que eu percebi que as pistas de corrida seriam um lar para mim, e as 500 Milhas consolidaram minha paixão pelo automobilismo e me fizeram pensar nisso como uma carreira”, explicou o dirigente, que não tem pressa para cumprir esta meta.
“Todos os anos, há uns cinco ou seis anos, eu vou aos treinos, sento nos boxes, converso com os pilotos, vejo os carros na pista. É uma experiência incrível estar lá assistindo. É certamente um sonho meu ter um carro da Trackhouse nessa corrida. Há discussões contínuas, porque este não é um feito pequeno, é algo que temos analisado enquanto empresa há alguns anos. Quando chegar a hora, vamos olhar de verdade para isso. Obviamente, não vamos correr em 2025, mas há discussões sobre como fazer algo assim acontecer. Está bem no alto da minha lista pessoal”, prometeu.
