Ex-chefe de arbitragem da FPF defende entrevistas dos árbitros após os jogos

Ana Paula Oliveira, que chefiou a arbitragem paulista entre 2019 e 2023, afirma que os juízes deveriam falar depois das partidas e diz que profissionalização não necessariamente vai resolver os problemas

Da Redação

Chefe de arbitragem da Federação Paulista de Futebol entre 2019 e 2023, Ana Paula Oliveira se mostra favorável aos árbitros darem entrevistas após as partidas para explicarem as suas decisões no campo. Em participação no Gol a Gol, do Esporte Na Band, desta quarta-feira (6), a profissional afirma que defendia a ideia quando era mandatária na FPF, mas também destaca que os juízes precisam ser instruídos para dar declarações.

"Eu sou favorável ao árbitro falar, assim como era favorável da minha pessoa como presidente estar falando com vocês (imprensa) mais. Mas a gente tem que respeitar uma linha editorial institucional. Quando você está dentro de uma instituição você não é você. Você é a instituição", iniciou Ana Paula Oliveira.

“Não dá para colocar todo árbitro pra falar. Nós precisaríamos trabalhar esses árbitros para que ele tivesse tranquilidade mesmo na situação de erro. Falar na vitória é uma delícia e não gera desconforto. Difícil é vir aqui quando eu errei e quando eu sei que errei e o que o meu erro causou para aquela equipe, para aquele campeonato”

Ana Paula Oliveira também abordou a questão da profissionalização da arbitragem no futebol brasileiro. Para a ex-assistente, não adianta apenas essa medida ser tomada se que os recursos apresentados aos árbitros sejam tão bons e eficientes quanto à profissionalização.

“Toda pessoa que é profissional no nosso país é excelente? Ela não erra? Ela nãos equivoca? Eu entendo que o profissionalismo hoje para o árbitro é reconhecido. Eu reconheço que a gente tem que ter uma legislação que ampare o árbitro. Mas mais do que isso: a gente precisa dar condições a esse árbitro. E eu entendo que a Federação Paulista tem, sim, condições de dar ao árbitro. A CBF tem recurso financeiro de oferecer aos árbitros do nosso país. Ela fatura muito dinheiro, e não é pouco”, disse.

A ex-chefe de arbitragem da Federação Paulista de Futebol afirmou que Daiane Muniz dos Santos, árbitra de vídeo do clássico Choque-Rei entre São Paulo e Palmeiras no MorumBis, pela 11ª rodada do Campeonato Paulista, errou ao não recomendar a expulsão de Richard Ríos após entrada forte em Pablo Maia. A profissional, no entanto, destaca o trabalho feito pela árbitra ao longo de sua carreira.

“A Daiane foi eleita a melhor árbitra de VAR do Campeonato Brasileiro. Ela foi a primeira mulher de VAR lançada na Conmebol. Mas lamentavelmente ela tomou decisões equivocadas no clássico. A gente tem que ter a dignidade de reconhecer quando a gente acerta e quando a gente erra. Pra mim, ela teve dois equívocos: um de não chamar para a expulsão. O do lance do Luciano, eu não vejo penal (Daiane chamou o árbitro para revisar um possível pênalti)”, finalizou Ana Paula Oliveira.

Ana Paula pede tempo a dupla em jogos do São Paulo

Na live, a ex-chefe da arbitragem paulista também defendeu um tempo para 'recuperação' da dupla: Matheus Candançan (árbitro de campo) e Daiane Muniz dos Santos (VAR).

"É um momento difícil, doloroso, mas que vai agregar muito na vida deles. Eu não entendo que eles tenham que ficar fora da competição [Paulistão]. Pelo contrário. Eles precisam ser trabalhados, corrigidos, mas seguir na competição, porque são excelentes profissionais. Não vão seguir atuando no jogo do São Paulo, melhor dar um respiro. Mas para o ano seguinte, em 2025, não vejo problema nenhum", afirmou Ana Paula.

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