Goleiro do Criciúma denuncia racismo, e Polícia Civil abre investigação

Caíque, do Criciúma, denunciou ter sido vítima de racismo na partida contra o Brusque

Por Estadão Conteúdo

Goleiro do Criciúma denuncia racismo, e Polícia Civil abre investigação
Goleiro Caíque, do Criciúma, denuncia racismo em partida contra o Brusque
Celso da Luz/Criciúma E.C.

O goleiro Caíque, do Criciúma, denunciou ter sido vítima de racismo na partida contra o Brusque, no último sábado (8), pela 8ª rodada do Campeonato Catarinense. Segundo o atleta, os insultos partiram da torcida adversária, levando a equipe de arbitragem a acionar a Polícia Militar.

O suspeito foi identificado e conduzido à delegacia, onde prestou depoimento e depois foi liberado, devido à falta de provas concretas.

Na manhã desta segunda-feira (10), Caíque falou sobre o ocorrido em entrevista coletiva, destacando o apoio recebido pelo Criciúma e reforçando a necessidade de combate ao racismo no futebol. O Brusque também emitiu nota repudiando o caso (confira mais abaixo).

"A provocação dentro de campo faz parte, mas quando envolve racismo ou homofobia, a situação se torna inaceitável. Identifiquei o autor dos insultos e informei o árbitro, pois era o que eu poderia fazer naquele momento. Espero que medidas sejam tomadas, pois isso precisa acabar. O futebol e a sociedade precisam se unir para combater esse tipo de comportamento", disse o goleiro.

Caíque também revelou que essa não foi a primeira vez que enfrentou episódios de racismo dentro dos gramados, ressaltando a importância de denunciar para que haja punições exemplares.

Diante da gravidade do caso, a Polícia Civil de Santa Catarina emitiu uma nota oficial informando que instaurou um inquérito para investigar a denúncia. O procedimento foi iniciado após a análise dos relatos do goleiro e do torcedor acusado, além da súmula do jogo e outras provas disponíveis.

Segundo o comunicado, apesar da condução do suspeito à 1ª Delegacia de Polícia de Brusque, não houve prisão em flagrante devido à divergência de versões e à ausência de provas concretas no momento. Agora, o inquérito buscará reunir novos elementos, incluindo depoimentos de testemunhas e imagens de câmeras de segurança, para esclarecer os fatos.

Caso a investigação comprove a prática de injúria racial, o suspeito poderá ser indiciado e responder judicialmente, podendo enfrentar pena de 2 a 5 anos de prisão, além de multa.

Nota oficial do Brusque

O Brusque Futebol Clube repudia, de forma veemente, a prática do racismo, assim como a prática de qualquer outra forma de discriminação, que não podem ser toleradas no esporte ou em qualquer outro espaço da sociedade.

Quanto ao noticiado ato de racismo que o atleta Caíque, do Criciúma Esporte Clube, teria sofrido no Estádio Augusto Bauer, durante a partida válida pela 8ª rodada do Campeonato Catarinense, na noite de sábado (8), o Brusque Futebol Clube colaborou prontamente com as autoridades competentes, com o atleta Caíque e com os representantes do Criciúma Esporte Clube, fornecendo todas as informações necessárias e acompanhando a atuação da Polícia Militar e da Polícia Civil no estádio e na Delegacia.

O Brusque Futebol Clube seguirá acompanhando e colaborando na apuração dos fatos, aguardando o resultado das investigações e, uma vez comprovada prática do ato de racismo, que então deverá ser punido com o rigor da lei, adotar as eventuais providências que estejam a seu alcance.

O Brusque Futebol Clube, contudo, não pode ser acusado ou penalizado pelas más atitudes que teriam sido praticadas por um único indivíduo, torcedor do Brusque ou não, ainda sob investigação e sobre as quais infelizmente não tem qualquer controle.

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