O empate em 1 a 1 entre Palmeiras e Corinthians segue dando muito o que falar, principalmente pelas decisões do árbitro Raphael Claus, e o comentarista Chico Garcia avaliou os lances polêmicos do clássico no Jogo Aberto.
Especialista em arbitragem, Chico Garcia comentou os lances capitais da partida realizada no Allianz Parque na noite de quinta-feira (7).
1º cartão amarelo para Yuri Alberto:
Yuri Alberto levou o primeiro cartão amarelo após ter chutado a bandeira de escanteio com o símbolo do Palmeiras na comemoração do gol de empate do Corinthians, ainda no primeiro tempo de jogo.
“Isso não está no texto da regra, não existe essa frase de chutar a bandeira de escanteio. Mas como aconteceram muitos episódios, o Wilson Seneme [chefe da Comissão de Arbitragem] orientou os árbitros a aplicarem o cartão”, explicou Chico Garcia nesta sexta (7).
“O que consta na regra? Você comemorar de forma provocativa, inflamar a torcida. O árbitro entendendo isso, ele pode aplicar o cartão. É a sugestão da Comissão de Arbitragem, inclusive aos jogadores para que não fizessem e o Yuri fez. Não tem o que discutir”, completou o comentarista.
Segundo amarelo e expulsão de Yuri Alberto:
Yuri levou o segundo cartão amarelo aos 17 minutos do segundo tempo por simular uma falta no meio de campo.
“Jamais posso condenar o árbitro por aplicar a regra, mas o que posso discutir é o rigor e critério. Os árbitros não costumam dar o amarelo e sim conversar, a não ser um lance de pênalti”, disse Chico.
“Mas o que pegou para o Yuri é que foi uma simulação muito ostensiva, muito clara. Ele dá um giro, salta e está previsto na regra como tentar ludibriar a arbitragem. Mas a consequência desse cartão é muito grande, porque o Yuri não fez nenhuma falta no jogo e foi expulso. O Claus poderia ter administrado, mas teve motivos para aplicar o cartão”, finalizou.
Pedido de pênalti para o Palmeiras:
No segundo tempo, o Palmeiras reclamou muito de um pênalti não marcado após a bola ter batido no braço do zagueiro André Ramalho, do Corinthians, dentro da área.
“A bola resvala na perna [antes de bater no braço] e o Claus foi muito bem em sinalizar isso aos jogadores e para o estádio inteiro. E não quer dizer que se ao bater no corpo do jogador e depois no braço, isso impeça a marcação do pênalti, a Fifa tirou isso da regra. Você precisa analisar a posição do braço e a posição do André Ramalho era de apoio. Não foi pênalti”, afirmou Chico Garcia.
Pênalti em Estêvão marcado para o Palmeiras:
Já nos acréscimos da partida, Estêvão foi derrubado dentro da área e Raphael Claus marcou pênalti para o Palmeiras.
“Confesso que, quando vi o lance eu achei que não tivesse ocorrido o contato. Mas o Ryan tenta sair da jogada e deixa a perna, ao deixar a perna ele acaba calçando o Estêvão. Mesmo que o Estêvão tenha valorizado, foi pênalti”, cravou o comentarista do Jogo Aberto.
Possível invasão de jogador do Corinthians na cobrança do pênalti:
Abel Ferreira e a diretoria do Palmeiras reclamaram muito de uma possível invasão do zagueiro João Pedro Tchoca, do Corinthians, na cobrança de pênalti de Estêvão que foi defendida por Hugo Souza. No rebote, o próprio Tchoca tirou a bola da área.
“Quando a gente fala de invasão, a regra diz que não se volta a batida apenas pela invasão, o jogador precisa interferir na jogada. E é justamente o jogador reclamado que impacta na jogada, isolando a bola antes do Estêvão pegar o rebote”, afirmou Chico Garcia.
“Mas não basta o jogador estar apenas com o corpo projetado, diferente do impedimento, é preciso analisar o pé. O pé direito está no ar e não conta, é preciso ver o pé esquerdo se está na linha e não temos uma imagem clara. É um lance que o VAR deve ter checado e muito minucioso, não consigo concluir se invadiu ou não”, finalizou o comentarista.