Jogo Aberto

Renata Fan rebate declaração de Ramón Díaz e defende mulheres na arbitragem

Técnico do Vasco deu declaração machista após derrota para o Bragantino; depois, pediu desculpas

Da redação

Renata Fan deu um puxão de orelha nesta quarta-feira (17) no técnico do Vasco da Gama, Ramón Díaz, após uma declaração machista do argentino na véspera.

Após a derrota cruzmaltina para o Red Bull Bragantino por 2 a 1 pelo Campeonato Brasileiro, Díaz criticou a atuação de Daiane Muniz no VAR.

“Com relação aos árbitros, não podemos falar muito. Tem o VAR. Na última partida, em casa (contra o Grêmio), uma senhora, uma mulher, interpretou um pênalti de outra maneira”, disse. “Me parece complicado que o VAR, quem tenha que decidir seja uma mulher. Me parece bastante complicado.”

O tom machista da declaração repercutiu negativamente. Nas redes sociais, o Vasco emitiu nota para pedir desculpas e informar que “reafirma o compromisso de reforçar as medidas e diretrizes educativas necessárias em acordo com suas determinações, valores e princípios”.

O próprio treinador, ainda na noite desta quarta, reuniu jornalistas para pedir desculpas e tentar se explicar, afirmando que a crítica dizia respeito ao fato de haver apenas uma pessoa responsável pela decisão do VAR.

No Jogo Aberto desta quinta-feira (18), Renata Fan não se mostrou satisfeita com a explicação do técnico vascaíno, e saiu em defesa das mulheres na arbitragem. Para Renata, o pior tipo de crítica parte das pessoas que não se manifestam, mas que acham nas entrelinhas que elogiar uma mulher “parece impossível”.

“Hoje eu sei que, para muita gente, virou moda a inclusão feminina – ‘ah, nós temos que ter uma mulher porque é politicamente correto’. Pois o Jogo Aberto nasceu no dia 5 de fevereiro de 2007, e desde aquele dia comandado por uma mulher. E os homens que aqui trabalham respeitam o meu trabalho. Não porque eu sou mulher, mas pela maneira como eu me dedico, pela competência que eu tento imprimir no meu trabalho, pela sequência, pela longevidade. E eu me sinto respaldada por esse apoio masculino aqui e do público”, afirmou a apresentadora.

“Talvez o VAR seja tão ruim ou tão questionado porque uma mulher apenas na Série A trabalhe no VAR. Talvez se mais mulheres trabalhassem, elas poderiam ou mostrar mais qualidade e mais estilo de acertar, e ao mesmo tempo poderiam ser mais criticadas também, estariam mais expostas e trabalhando”, completou.

O tom foi semelhante ao de Denílson, que cobrou apoio por parte de homens.

“Nós, homens, estamos muito atrasados ainda com várias coisas, várias situações. Pensem nisso”, resumiu o comentarista.

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