Renato Gaúcho revela possibilidade de o GreNal acontecer no Maracanã

Treinador conversou com Renata Fan, comentou sobre a tragédia no Rio Grande do Sul e o futuro dos clubes gaúchos

Da Redação

Renato Gaúcho, treinador e ídolo do Grêmio, conversou com exclusividade com a apresentadora Renata Fan, do Jogo Aberto, e comentou sobre o momento difícil vivido pelo povo gaúcho após as enchentes que atingiram boa parte do estado do Rio Grande do Sul e revelou a possibilidade de o clássico GreNal ser realizado no Maracanã.

O convite para esse encontro especial foi feito pelo próprio Renato, que revelou que tinha o sonho de realizar essa entrevista com a Renata.

"Obrigado por ter aceitado o convite, Renata. Era um sonho meu fazer uma entrevista com você. Infelizmente em um momento não tão bom, mas em um momento especial também. Hoje, nós estamos vestindo apenas uma camisa, apenas uma cor, em benefício ao nosso estado que está passando por esse problemão.  Tenho certeza que nós gaúchos teremos muita força e que vamos reconstruir nosso estado”, disse Renato Gaúcho, em entrevista que foi ao ar nesta segunda-feira (27).

GreNal fora do Rio Grande do Sul:

Questionado se já pensou sobre como será o próximo clássico entre Grêmio e Internacional, dois times muito afetados pela tragédia no Rio Grande do Sul, Renato Gaúcho destacou que o próximo confronto entre as duas equipes deve ser muito diferente de todos os outros.

“GreNal é sempre GreNal, mas eu acho que dessa vez vai ser totalmente diferente. Vai ter uma cordialidade muito grande, porque o que o Grêmio está sofrendo, o Internacional também está sofrendo”, afirmou Renato.

“E a gente nem sabe aonde vai ser esse clássico. Hoje, conversando com o meu presidente, esse jogo tem grandes chances de ser no Maracanã. O Guerra (presidente do Grêmio) tem conversado bastante com o presidente do Internacional e eles vão tentar deixar uma coisa marcada já para o segundo turno, porque até lá, provavelmente, o Beira-Rio vai estar aberto. Então, o que pode ser combinado agora é dos dois jogos do GreNal serem fora do Rio Grande do Sul para ninguém ter uma certa vantagem”, revelou o treinador do Imortal Tricolor.

Brasileirão sem rebaixamento:  

“É difícil você parar o Campeonato Brasileiro somente por duas rodadas. Eu acho que a CBF, juntamente com os presidentes dos clubes - esse é um pensamento meu, opinião minha - eu acho que esse ano não deveria cair ninguém. Subir os quatro da Série B e não cair ninguém”, afirmou Renato.

“No ano que vem vai ter mais jogos? Eles que deem um jeito, eles precisam se colocar no lugar dos clubes gaúchos, são três clubes na Série A. A dupla GreNal vai jogar quanto tempo fora de Porto Alegre, longe da nossa torcida? Como essa conta vai chegar lá na frente, de repente a dupla GreNal pode, e tem grandes chances, entrar na zona de rebaixamento. E aí, como fica a parte psicológica dos jogadores, junto com todos os problemas que estamos vivendo lá [em Porto Alegre]?”, completou Renato Gaúcho.

Reação da CBF e outros clubes:

“Somente quem está lá, conversando diariamente com as pessoas e no meio do furacão, como costumo dizer, sabe o que aquele povo está passando. Pessoas que perderam casas, seus comércios, seus pets”, disse Renato, muito emocionado, sobre a reação dos outros clubes e da própria CBF em relação à tragédia que assola o Rio Grande do Sul.

Batalha mais difícil da vida:

“Fora das quatro linhas, sem dúvida alguma. Dentro das quatro linhas eu já tive muitas batalhas também, mas podia ajudar meus companheiros. Agora, essa batalha aqui é difícil, muito difícil. Mas, nós gaúchos, somos guerreiros, somos unidos e vamos sair dessa”, disse Renato ao falar sobre o momento vivido após as enchentes.

“Eu fui dormir 23h30, tranquilo em relação a água e, de repente, 7h, o gerente do hotel estava me acordando, batendo na porta e pedindo ajuda para que eu pudesse ajudar a retirar os hospedes do hotel. Eu ainda falei que de repente a água nem chegaria lá, ele pediu para que eu olhasse pela janela e já tinha 2 metros de água. Uma coisa que aconteceu em 7 ou 8 horas, uma coisa muito triste”, contou Renato.

Administrar a situação e o psicológico dos atletas:

“Eu, como capitão do barco, tenho que estar sempre levantando o grupo. O grupo até que tem treinado, se esforçado, até porque eles são profissionais. Agora, a parte psicológica deles está muito abaixo. Eles também têm família e amigos em Porto Alegre, estão com saudade das mulheres, dos filhos”, comentou Renato.

“A maior prova da parte psicológica deles vai ser na próxima partida pela Libertadores (contra o The Strongest, no Couto Pereira), na próxima quarta-feira (19). Aí que a gente vai saber a dimensão do que realmente está na cabeça deles. Porque é uma final para a gente e a gente, convivendo com todos esses problemas”, completou o treinador.

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