Em outubro deste ano, uma briga entre membros da Mancha Alvi Verde e Máfia Azul terminou com a morte de um cruzeirense e mais de 15 feridos. Desde então, a torcida organizada do Palmeiras está proibida de frequentar os estádios.
À Band, o delegado Cesar Saad falou sobre a possibilidade de um pedido para banimento da torcida palmeirense. Segundo ele, é possível que a torcida organizada seja punida, mas o mais importante é individualizar o caso.
“Pedido (banimento da torcida) é feito pelas Forças de Segurança, pelo Ministério Público. Eu creio que nesse caso atual da Mancha Alvi Verde com a torcida do Cruzeiro, eu vi que no estado de Minas Gerais foi determinada a proibição da torcida no estado por pelo menos dois anos, eu creio que aqui em São Paulo algum tipo de punição deva acontecer sim, mas o mais importante nesses casos de violência é quando a gente consegue individualizar a conduta, porque muitas vezes a punição somente da instituição, você acaba estendendo a punição para aqueles torcedores que não fizeram nenhum ato de violência, não participaram de nenhuma briga ou emboscas e você acaba punindo aquele torcedor que não tem culpa”, disse.
Até o momento 17 membros da torcida organizada estão presos, incluindo o ex-presidente Jorge Luís. De acordo com o delegado, cada caso será analisado de forma individual, assim como as tentativas de homicídio, apesar de o caso ter mais de 17 feridos, nem todos vão se encaixar nesse artigo.
“Isso varia de caso a caso, da gravidade da lesão do torcedor. Quando nós iniciamos esse caso, especificamente, além do torcedor que morreu, havia cerca de três ou quatro torcedores que estavam em estado grave, ficaram internados, passaram por cirurgias, e esses sim foram vítimas de tentativa de homicídio. Agora, houve outros torcedores que tiveram lesões mais leves, que aí não se enquadram, por isso, eu disse que cada caso precisa ser analisado individualmente”, contou.
Acredita-se que a emboscada feita pela Mancha Alvi Verde trata-se de uma vingança. Em 2022, os palmeirenses foram vítimas dos cruzeirenses e apesar dos ferimentos graves, ninguém foi morto, diferentemente do que aconteceu em 2024. Para o delegado, situação foi desproporcional.
“Por maior que seja o nosso trabalho preventivo, de inteligência e investigação, a gente tenta cada vez mais diminuir esses episódios, mas muito deles são fomentados por esse sentimento de vingança. Muitas vezes, não ocorrem nem aqui no estado de São Paulo. A internet ajuda muito a alimentar essa rivalidade e ódio entre as torcidas. Brigar é crime, muitas vezes a violência acaba sendo em um nível maior, e para quem entende e vive o mundo do futebol, poderia esperar um revide da Mancha Verde, mas não na proporção que foi, ali foram crimes praticados, tentativas de homicídio, e um homicídio que foi consumado, foi totalmente desproporcional e isso transcende qualquer rivalidade do futebol que a Lei Geral do esporte. Isso é crime, associação criminosa”, explicou.