O Palmeiras emitiu um comunicado em resposta à nota da CBF em relação ao caso do auxiliar técnico do Palmeiras, João Martins. Em comunicado divulgado nesta segunda-feira (3), o clube considerou agressivo o posicionamento da instituição, cobrou isonomia da entidade e listou vários questionamentos
A troca de farpas entre CBF e o Palmeiras começou na entrevista coletiva pós-jogo contra o Athletico-PR, no último domingo (2), quando Martins, que substituiu o suspenso Abel Ferreira, afirmou que “é ruim para o sistema o Palmeiras ganhar dois jogos seguidos”.
A fala polêmica do auxiliar foi motivada principalmente por lance da partida, em que Zé Ivaldo, zagueiro do Athletico-PR, acerta uma cotovelada no atacante Endrick, do Palmeiras. O árbitro Jean Pierre Gonçalves Lima foi ao VAR e marcou o pênalti, mas deu apenas cartão amarelo, gerando revolta nos palmeirenses.
Nesta segunda, a CBF publicou uma nota dizendo que a fala de João Martins teria sido xenofóbica aos brasileiros ao diminuir o futebol praticado no país, e que o caso iria ao STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva).
Com isso, o Palmeiras postou o comunicado cobrando isonomia e fazendo alguns questionamentos. Entre eles, de erros anteriores de arbitragem. O clube questionou qual teria sido a conduta xenofóbica do auxiliar e por que outros clubes não foram alvos de comunicados como o desta segunda, após comentários semelhantes.
NOTA DO PALMEIRAS EM RESPOSTA A CBF
Diante da agressiva nota oficial divulgada nesta segunda-feira (3) pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a Sociedade Esportiva Palmeiras propõe alguns questionamentos, sempre no sentido de defender os direitos do clube e contribuir com a melhora do produto futebol:
– Por que o comunicado da CBF é endereçado exclusivamente ao Palmeiras, sendo que profissionais de outra equipe da Série A fizeram, também ontem, comentários semelhantes aos do auxiliar técnico João Martins?
– Por que a opinião de um profissional português sobre o futebol brasileiro causou tanto desconforto à CBF se a própria entidade, como é de conhecimento público, busca um treinador estrangeiro para comandar a Seleção Brasileira?
– Qual teria sido a conduta “xenofóbica” de João Martins? Elogiar a qualidade dos jogadores brasileiros?
– Se a gestão da Comissão de Arbitragem investe tanto assim em tecnologia, por que o nosso VAR é incapaz de apontar objetivamente se uma bola ultrapassou ou não a linha de gol, como aconteceu no recente duelo entre Palmeiras e Bahia, pelo Brasileiro?
– Por que o atleta Zé Ivaldo, do Athletico-PR, não foi expulso ontem, após acertar uma cotovelada na nuca do atacante Endrick, em lance revisado pelo VAR?
– Por que no jogo entre Palmeiras e São Paulo, pela Copa do Brasil de 2022, o VAR não traçou a linha de impedimento no lance que originou o gol do nosso adversário e que nos custou a eliminação? Por que a imagem da revisão desta jogada sumiu?
– Por que a Comissão de Arbitragem da CBF, presidida por Wilson Seneme, nunca pediu desculpas ao Palmeiras pelo erro grave cometido pelo VAR na Copa do Brasil do ano passado?
– Por que o Palmeiras, na rodada seguinte após a mais recente Data Fifa, não pôde contar com nenhum de seus três atletas convocados para a Seleção Brasileira?
A Sociedade Esportiva Palmeiras, ao longo dos anos, sempre se preocupou em construir uma relação de saudável parceria com a Confederação Brasileira de Futebol. Há cerca de três semanas, a presidente Leila Pereira esteve na sede da entidade, no Rio de Janeiro (RJ), para conversar com Wilson Seneme, de quem ouviu a promessa de melhorias imediatas na arbitragem.
Na semana seguinte, o vice-presidente da Comissão de Arbitragem, Emerson Carvalho, e o gerente técnico do VAR, Periclés Bassols, chegaram a realizar uma palestra para os profissionais do clube na Academia de Futebol, também com a presença da presidente Leila Pereira.
Contudo, diante da nota oficial divulgada pela CBF e dos reiterados erros graves cometidos contra o Palmeiras, entendemos ser este o momento oportuno de demonstrar, em público, a nossa indignação. Não queremos ser beneficiados, mas exigimos que as regras sejam aplicadas com isonomia.
Confiamos na independência do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), evocado pela CBF, e temos convicção de que o órgão dará ao auxiliar João Martins o tratamento equilibrado que lhe compete.