O presidente do Fortaleza, Marcelo Paz, exaltou em entrevista ao programa Os Donos da Bola, da Rádio Bandeirantes, a união dos clubes na tentativa de criar uma liga para organizar o Campeonato Brasileiro e mudar o estatuto da Confederação Brasileira de Futebol.

“O documento foi muito bem pensado. Dezenove clubes assinaram e o vigésimo, que é o Sport, só não assinou porque está num momento de transição de presidente. Foi unânime. Isso é raro e tem que ser celebrado”, disse o mandatário do Leão, acrescentando que todos têm o mesmo peso.

“Não há diferença entre o Flamengo, clube que hoje tem a maior receita do Brasil, e o Juventude e o Cuiabá, que subiram agora. Todos têm voz e têm vez. Em processo democrático e de forma conjunta, vamos discutir os próximos passos”. 

Paz confirmou que o movimento nasceu com a intenção de os clubes assumirem a organização do principal torneio do país e de darem às agremiações uma participação mais efetiva na definição dos rumos da entidade que rege o futebol. Hoje, as federações estaduais têm voto peso 3 nas eleições da CBF. Clubes da Série A têm peso 2 e os da Série B peso 1.

“Pedimos mais isonomia e voto único. Seriam 67 votos com mesmo peso. Hoje as federações sozinhas podem eleger o presidente da CBF e tem uma cláusula de barreira que exige que qualquer candidatura tenha apoio de oito federações e cinco clubes. Vale dizer que fomos bem recebidos na CBF”, disse. 

Já sobre a organização do Brasileirão, Paz revelou que o grupo busca inspiração no exterior. “Temos condições de fazer um produto melhor, mais rentável e de mais entretenimento ao torcedor, como já acontece na Inglaterra, com a Premier League, nos Estados Unidos, com a MLS, na Espanha, com La Liga, e na Itália, com a Serie A. Se eles podem fazer, nós também temos condições de fazer em alto nível”, afirmou. 

“Sou administrador de empresas e um dos termos que usamos muito é benchmarking. Isso é aprender com quem já fez, trocar ideia com quem já fez e tem resultados. Podemos fazer uma visita técnica na La Liga, na Premier League e aprender com eles. Não vejo problema nenhum. Acho inclusive uma solução e acredito que vai estar no nosso escopo. É claro que cada país tem sua cultura e sua realidade, mas vejo com bons olhos este intercâmbio. Eles podem dizer o que devemos fazer e também o que não devemos. É ter humildade em buscar evoluir com quem tem experiência prática”, completou. 

Marcelo Paz também acredita que experiências do passado que não deram certo no Brasil, como a Primeira Liga, que só durou dois anos, também serviram de exemplo. "Que isso sirva de base e de aprendizado. A Primeira Liga eu tentei inscrever o Fortaleza e não pude. Não tinha vaga. Ela já nasceu errado. Agora nasce diferente”. 

Público nos estádios

Na entrevista à Rádio Bandeirantes, o presidente do Fortaleza se mostrou otimista em ter novamente público nos estádios em breve diante do avanço da vacinação contra a Covid-19 no país.

“Vejo com muita alegria que a vacinação está andando mais rápido. Isso cria um ânimo ao país, às pessoas, à economia e à autoestima. Espero de forma bem acalorada que em setembro ou outubro possa haver público nos estádios. Não o estádio completo, mas que seja 20% ou 25%, com a devida segurança sanitária. O público é a essência maior do futebol. Estou com essa esperança”, concluiu.