Na última terça-feira, 14, Hugo Jorge Bravo, presidente do Vila Nova, contou na coletiva de imprensa como descobriu um esquema de manipulação na Série B. Romário, ex-Vila, é um dos investigados pelo Ministério Público de Goiás.
O clube goiano é o principal denunciante da operação “Penalidade Máxima” que investiga pessoas suspeitas de envolvimento em manipulação de resultados da Série B. O jogador Romário é um dos investigados por ter aceitado R$ 150 mil para fazer um pênalti na partida contra o Sport, pela última rodada do Campeonato.
“Passou o jogo, uns três dias, e fui informado que o Romário estaria envolvido em um esquema de apostas. Ligamos o alerta e fomos atrás. Entrei em contato com quem teria articulado todo o esquema. Essa pessoa nos relatou que a combinação era um pênalti no primeiro tempo de Sport x Vila Nova e outras duas partidas da mesma rodada (Sampaio Corrêa x Londrina e Criciúma x Tombense)”, começou o presidente.
No entanto, o jogador sequer foi relacionado para a partida e, por isso, tentou oferecer o valor para outros jogadores do clubes, mas sem sucesso.
“Essa pessoa falou que tinha um atleta do clube que iria cooptar outro atleta para praticar, pois ele não tinha condição de jogo. Ela diz que deu um sinal em uma conta de outro jogador, o (Gabriel) Domingos, que até que se prove o contrato, não está envolvido. A própria pessoa que arquitetou tudo isenta o atleta (Domingos)”, explicou.
Hugo seguiu dizendo que apenas descobriu porque deu errado.
“Só se descobre quando dá errado. Vem o burburinho e aí você pesca. Tentou-se fazer em um jogo do Vila uma ação individual. Um jogador do Vila deveria fazer um pênalti, o que não aconteceu. Quando não aconteceu, alguém foi prejudicado. E foram as bancas de apostas. Essa própria pessoa começou a entrar em contato comigo pedindo para ir atrás do Romário para devolver o sinal de R$ 10 mil", disse.
Em 30 de novembro, o Vila Nova rescindiu o contrato com Romário e alegou ser por indisciplina grave. Os goianos não entraram em detalhes sobre a demissão, mas alegaram que na ocasião a denuncia já estava feita.
“Fomos questionado por várias pessoas, por torcedores (pela rescisão com o atleta). Mas nós tínhamos convicção do que estávamos fazendo. Passamos todas as provas ao MP-GO, que de forma brilhante e muito rápida apurou tudo que passamos. Que isso sirva de aprendizado"