Desde que foi anunciado como novo técnico do Corinthians, Cuca lida com uma pressão extracampo por causa de um caso de estupro em que esteve envolvido em 1987, em Berna, na Suíça.
O Corinthians agiu rápido depois de comunicar a saída de Fernando Lázaro do comando do time principal. Em cerca de 40 minutos, na última quinta-feira (20), Cuca já estava anunciado oficialmente.
De lá para cá, o treinador convive com pressão da torcida, da imprensa e até dentro do próprio clube – as jogadoras do time feminino emitiram uma nota nas redes sociais que parece uma indireta ao treinador e ao presidente Duilio Monteiro Alves.
A seguir, veja uma linha do tempo da pressão da torcida corintiana sobre Cuca.
Quinta-feira – 20 de abril
O post de anúncio do novo técnico do Corinthians foi tomado por comentários negativos. Diversos torcedores se manifestaram contra a decisão do presidente Duilio.
A indignação se deu por causa do caso policial envolvendo o treinador e outros três jogadores do Grêmio. Eles foram acusados de estuprar uma menina de 13 anos, em Berna, na Suíça, em 1987. O treinador nega – entenda o caso de estupro envolvendo Cuca.
Sexta-feira – 21 de abril
Treinador é apresentado sob protestos. Torcedores foram à porta do CT Joaquim Grava e protestaram contra a chegada do técnico Cuca. Além de cantos contra ele e a diretoria do Timão, os torcedores estenderam faixas com os dizeres "Fora Cuca" e "Respeita as minas?".
Enquanto isso, na coletiva, Cuca foi bombardeado sobre o assunto. Ele falou abertamente sobre o caso e disse ser totalmente inocente.
Domingo – 23 de abril
As jogadoras do time feminino do Corinthians publicaram um texto nas redes sociais para fortalecer o movimento "Respeita as Minas", uma das bandeiras do clube em defesa da mulher.
A nota foi publicada durante o jogo do time masculino, na estreia do técnico Cuca, contra o Goiás. O Timão foi derrotado por 3 a 1.
“Estar em um clube democrático significa que podemos usar a nossa voz, por vezes de forma pública, por vezes nos bastidores. "Respeita as Minas" não é uma frase qualquer. É, acima de tudo, um estado de espírito e um compromisso compartilhado. Ser Corinthians significa viver e lutar por direitos todos os dias”, diz a nota.
Técnico da equipe feminina, Arthur Elias disse nesta segunda-feira (24) que manifesto assinado pelas jogadoras não foi direcionado a Cuca.
“Acho que é importante colocar, explicar melhor para o nosso torcedor, para a sociedade, algo que ficou muito mal-entendido. (...) O grupo de atletas quis fazer um posicionamento sobre o tema, elas falam de maneira geral, se orgulham do que é vestir essa camisa do Corinthians, não foi nenhum tipo de manifesto, protesto, as meninas não personalizaram em nenhuma pessoa, não é na figura do Cuca, na figura do nosso presidente, só que há uma interpretação e foi muito mal interpretado tanto pela imprensa quanto pelos nossos torcedores. Isso tem que ser corrigido”.
Segunda-feira – 24 de abril
Diante da pressão em cima do técnico, surgiu a informação de que ele poderia ter entregado o cargo para o presidente do Corinthians. Em contato com a reportagem da Band, Cuca negou a saída e disse estar trabalhando para melhorar o desempenho da equipe.
Aproveitando que teria uma reunião do Conselho Deliberativo do Corinthians na noite desta segunda, um grupo de torcedores fez novo protesto contra Cuca e a diretoria.
Segundo o "Meu Timão", cerca de 25 pessoas foram à sede do clube e usaram sinalizadores para pedir a saída do treinador. Eles também reafirmavam que o Corinthians é "um time do povo" e "o povo é quem vai fazer o time".