Termina sem acordo a reunião entre as mineradoras Vale, Samarco e BHP Billiton e os governos de Minas Gerais e do Espírito Santo, realizada nessa quarta-feira (24), no Conselho Nacional de Justiça. Os encontros têm o objetivo de chegar a um acordo sobre as indenizações dos atingidos e os trabalhos de repactuação da tragédia.
Além do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, e do Espírito Santo, Renato Casagrande, participaram da reunião o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luiz Fux, e o procurador-geral do Ministério Público de Minas Gerais, Jarbas Soares Junior.
O Governo de Minas, por meio da Secretaria de Planejamento de Gestão, afirma que, por ora, as negociações estão encerradas até que ocorra uma mudança de posicionamento das empresas. Segundo a pasta, a contrapartida oferecida pelas mineradoras representa de 60% a 70% do valor pedido pelas partes atingidas, a ser paga em até 20 anos. O próximo passo, segundo a Secretaria, é a judicialização do caso.
A Samarco informa que se mantém aberta ao diálogo junto às autoridades competentes. Já a Vale diz em nota que reforça o compromisso com a reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem e vem prestando suporte à Fundação Renova. A Renova, por sua vez, esclarece que não é parte das negociações conduzidas pelo Conselho Nacional de Justiça.
Em novembro, a tragédia de Mariana completa sete anos. Dezenove pessoas morreram no rompimento da barragem de Fundão. Os rejeitos escoaram até a bacia do Rio Doce, que até hoje sofre com os impactos socioambientais.