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Paciente que morreu após cirurgias plásticas em BH recebeu assistência por Whats

Reportagem da Band Minas teve acesso com exclusividade às conversas, nas quais a paciente comunicou os primeiros sinais de complicação. O caso é investigado pela Polícia Civil

Redação

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Médico e Paciente
Arquivo Pessoal

Reportagem da Band Minas teve acesso com exclusividade às conversas, nas quais a paciente comunicou os primeiros sinais de complicação. O caso é investigado pela Polícia Civil

A servidora da UFMG, Norma Eduarda da Fonseca, tinha 59 anos e ficou mais de 60 dias internada em um hospital particular de Belo Horizonte, depois de ser submetida a 5 procedimentos estéticos. Conforme o prontuário, foram sete horas de operação, que incluiu plásticas na barriga e nos seios, além de uma lipoescultura

Na avaliação do perito e cirurgião plástico, Fernando Esberárd, o risco de complicações começou com o tempo de cirurgia. “Em cirurgias com uma duração maior que quatro horas, existe uma chance de complicações muito maior: infecções, necrose, sangramentos, etc”, pontua.

A certidão de óbito traz a abdominoplastia como uma das causas da morte, em 17 de abril. Desfecho jamais imaginado em 5 de fevereiro, quando os procedimentos foram feitos pelo cirurgião plástico Rodrigo Credidio que atende em uma clínica do bairro Sion, região nobre de Belo Horizonte e é seguido por mais de 84 mil perfis nas redes sociais.

Sintomas inesperados surgiram no pós-operatório. Em um dos contatos, a paciente comunica fraqueza e diarreia, informa que o dreno se soltou e é orientada pela enfermeira a recolocar a incisão. Horas depois, preocupada com a chance de necrose a paciente envia uma foto da barriga e pede uma avaliação, mas é tranquilizada. Um áudio encaminhado pelo médico a orienta a “simplesmente aguardar”. Para o perito, indicativos que deveriam ter chamado a atenção do médico. “Uma bolhinha que surge ali, um roxo mais pronunciado, uma dor que não queira passar. Isso pode indicar uma complicação em andamento”.

A defesa da família da vítima considera que o caso evidencia más-práticas médicas , por negligência, ao conduzir as conversas apenas por aplicativo de mensagens e por imprudência, devido a cirurgia ter ultrapassado o tempo seguro de operações, conforme valida o perito.

Com a repercussão do caso, pelo menos 12 vítimas procuraram a delegacia para registrar Boletim de Ocorrência contra o Dr. Rodrigo Credidio. Uma delas, foi a instrutora de aulas coletivas, Kassandra Assis, que move na justiça um processo contra o cirurgião. Ela relata desassistência do médico após um implante de silicone nos seios, que causou complicações e terminou com a necessidade de retirada das próteses. “Eu só consegui contato diretamente com ele um mês depois da cirurgia. Fiquei 5 meses sentindo dor, com tanto seroma, que precisava usar absorvente no sutiã. Meus seios hoje são piores do que antes, quando procurei o médico pra fazer a cirurgia. O resultado ficou horrível, com uma cicatriz enorme, simplesmente me abriu de uma axila na outra”, conta.

Procuradas, tanto o Conselho Regional de Medicina, quando a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica não quiseram se pronunciar, e disseram que não comentam casos concretos. Em nota, o médico Rodrigo Credidio, lamentou a morte e disse que devido ao Código de Ética Médica, não pode revelar detalhes do prontuário. Ele afirma que não houve má conduta e que o quadro de infecção e a morte da paciente não tem relação com a cirurgia.

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