A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, enviou à Procuradoria-Geral da República (PGR) um pedido feito pelo deputado Israel Matos Batista (PSB) para que o presidente, Jair Bolsonaro (PL), seja investigado no suposto esquema de corrupção no Ministério da Educação.
Em seu pedido, a ministra cobrou a Procuradoria e registrou a necessidade de um posicionamento do órgão diante "da gravidade do quadro narrado" pelo deputado do PSB.
O ex-ministro da Educação Milton Ribeiro foi preso pela Polícia Federal na semana passada pelos supostos envolvimentos dele nos crimes de corrupção passiva, tráfico de influência e em repasses irregulares no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
Israel argumenta que é preciso apurar o possível envolvimento do chefe do Executivo nas investigações. Em uma gravação autorizada pela Justiça, Ribeiro disse para uma de suas filhas que havia sido informado por Bolsonaro sobre a busca e apreensão da PF.
Investigação MPF
Na última sexta-feira (24), o Ministério Público Federal (MPF) divulgou uma manifestação apontando que Jair Bolsonaro interferiu no caso do ex-ministro Milton Ribeiro. O caso foi encaminhado ao STF, sob relatoria de Cármen Lúcia.
O MPF indica a suspeita dos crimes de violação de sigilo funcional e favorecimento pessoal. Milton Ribeiro foi solto após o desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), revogar a prisão preventiva do ex-ministro e dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura.