O número de transplantes caiu no Brasil durante a pandemia e uma campanha do governo federal busca reverter esse quadro. As informações são da repórter Gabrielle Guimarães, da Rádio Bandeirantes.
Um levantamento da Associação Brasileira de Transplantes mostra que o país realizou, entre abril e junho, 2.474 cirurgias do tipo. O volume representa uma queda de 61% na comparação com o primeiro trimestre, quando foram feitos 6.423 procedimentos.
Com a diminuição, o número de mortes de pacientes cadastrados na fila de espera cresceu mais de 40%.
Gustavo Fernandes, vice-presidente da Associação Brasileira de Transplantes, explica como a chegada do coronavírus acabou contribuindo para a queda. Desde 2007, o Ministério da Saúde realiza a campanha "Setembro Verde" com ações de conscientização sobre o tema.
Atualmente, tramitam no Senado pelo menos oito projetos de lei que pretendem incentivar a doação de órgãos.
Um deles propõe a chamada "doação presumida", quando todas as pessoas seriam consideradas doadores em potencial.
Para o autor, senador Humberto Costa (PT-PE), a aprovação seria fundamental para reduzir a fila de espera, mas o desconhecimento é um obstáculo.
De acordo com o projeto, a pessoa que não desejar doar deve registrar a expressão "não doador de órgãos e tecidos" no documento de identidade.
Diagnosticado com câncer no fígado em 2010, Edison Ávila encontrou um doador e, depois da cirurgia, passou a dedicar à causa.
Com o Setembro Verde, o Brasil registrou um aumento na quantidade de transplantes nos últimos 10 anos.