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Parece, mas não é: computadores já conseguem imitar vozes

Da Redação com Jornal da Band

Com a evolução tecnológica, teremos que duvidar dos próprios ouvidos Claudia Mañas/Unsplash
Com a evolução tecnológica, teremos que duvidar dos próprios ouvidos
Claudia Mañas/Unsplash

Em tempos de tecnologia avançada e fake news, é preciso ter atenção redobrada à origem de vídeos e áudios que você recebe pelas redes sociais. Se está cada vez mais difícil acreditar no que vê, agora também é um desafio crer no que ouvimos. Confira

Algumas vezes são tão marcantes, que reconhecemos sem precisar pensar duas vezes. Mas sabia que algumas vozes podem ter a mesma fonte e nem se quer passam pela garganta e cordas vocais de uma pessoa? São sons clonados pelo computador. 

O que pode parecer uma brincadeira, é um trabalho sério. Usando inteligência artificial, pesquisadores ensinam máquinas a imitar vozes humanas, incluindo sotaques, entonações e até as pausas. Basta digitar o texto escolhido e a máquina faz o resto.

Anderson Soares é coordenador de um projeto que trabalha com essa tecnologia em uma parceria da Universidade Federal de Goiás com um laboratório privado. “Nós podemos pensar desde a situação de dar voz para pessoas que perderam a fala até a possibilidade de você, literalmente, conversar com eletrodomésticos”, conta. 

A ferramenta já está disponível para empresas. Em 2 ou 3 anos, deve estar nos celulares. Tecnologia que põe o Brasil em um seleto grupo de países, mas também abre mais um caminho para a disseminação de notícias falsas. Com a evolução dela, a gente vai ter que duvidar dos próprios ouvidos.

Especialistas concordam que para o ouvido humano realmente é difícil saber se a voz é verdadeira ou criada por uma máquina, mas para ouvidos treinados de um perito ainda é possível detectar que se trata de uma voz robô.

O perito e professor da Unicamp Ricardo Molina analisou áudios a pedido do Jornal da Band e conseguiu identificar a que eram imitações. “Não passa na análise espectrográfica porque eu detectei aqui algum erro de algoritmo, então algumas zonas do espectro ficam vazias, o que não poderia acontecer na voz humana”, explica.  

O especialista admite que as vozes criadas pelas máquinas são muito próximas do real e que dentro de poucos anos vai ficar muito difícil fazer a distinção. “Você pode até fazer um laudo mostrando que é sintético, mas será que as pessoas vão acreditar? Estamos vivendo em um mundo de fake news, onde soltam uma bomba por dia”, completa.

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