Pelo menos 20 trabalhadores foram resgatados em situação análoga à de escravidão atuando em pedreiras no Piauí. Os resgates foram feitos nas cidades de Altos, Piracuruca, Monsenhor Gil e Isaías Coelho, pela Auditoria Fiscal do Trabalho, com o apoio da Polícia Rodoviária Federal e Ministério Público do Trabalho.
Os auditores fiscais encontraram os trabalhadores em alojamentos de lona, sem instalações sanitárias, sem água potável, fazendo refeições nos alojamentos, com água e alimentos armazenados de forma incorreta. Além disso, eles estavam sujeitos a condições climáticas intensas.
Natália Azevedo, procuradora que acompanhou fiscalizações, ressaltou que os trabalhadores não recebiam os equipamentos de proteção individual. “A eles cabia também a função de manusear as pólvoras utilizadas para detonar as pedreiras, mesmo sem que houvesse capacitação técnica para isso, oferecendo um grande risco de acidentes e até mortes desses trabalhadores. As condições encontradas foram totalmente degradantes”, disse.
Nas inspeções, ficou constatado que os trabalhadores não tinham direitos resguardados, sem carteira assinada e pagamentos baseados em produtividade. O pagamento variava entre R$ 150 e R$ 180, sem jornada de trabalho pré-estabelecida. Em uma das pedreiras, um adolescente de 17 anos estava entre os resgatados.