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Adultos também têm alergia: confira as causas e os principais tipos

Entre as crianças há uma maior incidência de alergias respiratórias e alimentares; nos adultos, as reações a medicamentos são mais comuns

Por Alessandro Greco, da Agência Einstein

Alergias são muitas vezes confundidas com resfriados no inverno
Alergias são muitas vezes confundidas com resfriados no inverno
Shutterstock

Embora as alergias surjam com mais frequência na infância, é possível que algumas pessoas desenvolvam quadros da doença apenas na fase adulta. A culpa, segundo os especialistas, está em um aumento da sensibilidade do sistema imunológico a certos alimentos ou remédios, consumidos com frequência ao longo da vida. 

De acordo com Luisa Karla Arruda, alergista e imunologista,  e professora titular de Clínica Médica da Faculdade de Medicina Ribeirão Preto da USP, os sintomas alérgicos, em geral, aparecem após essa etapa de sensibilização — o que pode levar um tempo longo, mesmo anos. “Dessa forma, os sintomas surgem apenas mais tardiamente, na vida adulta”, explica. 

“Alergia por frutos do mar, por exemplo, ocorre mais frequentemente em adultos jovens, pois passamos a consumir esses alimentos a partir de uma certa idade e não nos primeiros anos de vida”, destaca a especialista. No caso do leite ou ovo,  a reação costuma aparecer na primeira infância, pois são alimentos ofertados desde essa época, e persistir até a idade adulta, segundo Arruda. “Temos uma paciente hoje com 30 anos que apresenta alergia ao leite de vaca desde os quatro meses”, exemplifica. 

Fatores de risco

Por enquanto, não é possível identificar quais pessoas teriam uma probabilidade maior de desenvolver uma alergia na fase adulta – seja por alimentos, medicamentos, cutânea ou respiratória. Ainda assim, o histórico familiar é considerado um fator de risco, apesar de a relação não ser direta. 

O indivíduo que tenha um familiar que desenvolveu asma na infância não necessariamente tem um risco maior para a mesma doença. Mas há uma possibilidade maior de ter alergias em geral. “Por isso não temos muito como prever qual alergia uma pessoa pode desenvolver na idade adulta. Talvez com o avanço de estudos genéticos na área tenhamos mais respostas no futuro”, explica a especialista. 

Sabe-se, atualmente, que em crianças há uma maior incidência de alergias respiratórias e alimentares. Entre os adultos, as reações a medicamentos são mais comuns. A alergista e imunologista destaca que a automedicação e o uso excessivo de remédios são fatores que contribuem para uma maior sensibilização e para o surgimento das alergias a esses produtos. “Uma mensagem importante é só usar medicamentos sob orientação médica. Isso pode minimizar a chance de ter uma alergia”, explica.

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