A ministra Svenja Schulze, da Cooperação Econômica e Desenvolvimento da Alemanha, anunciou 35 milhões de euros para investimentos imediatos decorrentes do Fundo Amazônia. A declaração foi dada em coletiva de imprensa, na manhã desta segunda-feira (30), na companhia da ministra Marina Silva (Rede), do Meio Ambiente.
Os 35 milhões de euros para uso imediato nos primeiros 100 dias do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se somam a um pacote de medidas que totaliza cerca de 200 milhões de euros a serem doados pela Alemanha. Os valores serão investidos no combate ao desmatamento, desenvolvimento sustentável e atendimento aos povos tradicionais.
“Nós temos um programa imediato para os primeiros 100 dias. O que nós podemos fazer é preencher esse Fundo Amazônia. Nós vamos fazer isso com 35 milhões de euros, um novo fundo com 31 milhões de euros e outros acordos que nós queremos fazer para, realmente, cuidarmos das áreas degradadas”, explicou a ministra alemã.
Marina destacou o compromisso do Brasil em crescer de forma sustentável, sobretudo no que diz respeito à preservação da Amazônia. Para a ministra, o país não pode ser penalizado “por aqueles que fazem errado”.
“Os que fazem certo e os que desejam transitar para o certo terão apoio. Que bom que a gente chega ao momento em que há o desejo de cooperar, há o desejo de investir e o desejo de abrir o mercado para os nossos produtos”, pontuou a ministra brasileira.
Além do Fundo Amazônia, outros projetos receberão apoio do lado alemão, como a destinação de 31 milhões de euros para os estados da Amazônia investirem em projetos de proteção e de uso sustentável das florestas. Os gestores precisam se alinhar aos objetivos do Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazónia (PPCDAm), em fase de atualização pelo governo federal.
Visita do chanceler alemão
O anúncio da verba se contextualiza com a chegada do chanceler alemão, Olaf Scholz, hoje, ao Brasil. O premiê se encontrará com o presidente Lula para discutirem projetos para a proteção da Amazônia. Em 2019, o fundo foi interrompido no governo de Jair Bolsonaro (PL) após cobranças de países que o mantém, Alemanha e Noruega. Os valores, então, foram congelados pelos doadores.
Esta será a segunda visita de uma alta autoridade da Alemanha em menos de um mês. O presidente do país, Frank-Walter Steinmeier, veio ao Brasil para a posse de Lula.
Os líderes também devem discutir o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia. O Brasil e a Alemanha são as maiores economias de cada bloco. Segundo o governo, o encontro objetiva aprofundar a retomada das relações dos dois países, seja no âmbito político, econômico e ambiental.
Veja a agenda
- 15h30: cerimônia de recepção no Palácio do Planalto;
- 15h45: reunião do presidente Lula com o chanceler Olaf Scholz e reunião paralela entre empresários e ministros;
- 18h: cerimônia de assinatura do acordo, por trocas de notas, sobre o Fundo Amazônia, pelo ministro Mauro Vieira (MRE);
- 19h: jantar oficial.
